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Leite: novas regras podem prejudicar pequeno produtor, diz Fetag-RS

De acordo com presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura Familiar, ainda mais pecuaristas podem ser excluídos da cadeia

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Foto: Pixabay

As novas regras para a produção de leite publicadas pelo Ministério da Agricultura (Mapa) no fim de novembro, e que só entram em vigor em seis meses, já são motivo de na cadeia, especialmente entre os pequenos produtores. No Rio Grande do Sul, a principal inquietação com relação às instruções normativas 76 e 77, que tratam de qualidade e critérios de produção do leite, diz respeito ao nível de resfriamento exigido para a bebida: o leite cru agora deve chegar à plataforma a 7°C, e não mais a 10°C.

“A indústria não vai querer buscar o leite de produtores que ficam mais longe das fábricas. O nosso medo é que vai haver uma exclusão (de produtores) ainda maior do que já acontece”, afirma o presidente da Federação dos Trabalhadores na Agricultura no Rio Grande do Sul (Fetag-RS), Joel da Silva.

A entidade, que divulgou o balanço do ano nesta quarta-feira, dia 5, comemora a contratação em 2018 de 100 técnicos agrícolas, por meio dos sindicatos, para atuar a campo. “Os técnicos foram contratados para olhar as pequenas propriedades rurais como um todo. É uma tentativa também de colaborar com o trabalho da Emater (principal órgão de assistência rural do Rio Grande do Sul), que precisa de investimentos e pessoal a campo”, diz Silva.

Em 2019, a Fetag quer manter o trabalho de assistência técnica aos associados, mas sem descuidar da reforma da Previdência. “Queremos garantir o acesso do agricultor à reforma, manter como está para os rurais”, afirma o presidente da entidade.

A liderança da Fetag também se mostra preocupado com a mudança no governo gaúcho, principalmente com a indefinição dos nomes que irão assumir as secretarias de Agricultura (Seapi) e de Desenvolvimento Rural (SDR). “Com a mudança do governo, será mantida a Secretaria de Desenvolvimento Rural, Pesca e Cooperativismo? Para a diretoria da Fetag, Eduardo Leite (o governador eleito) afirmou que ela seria mantida. Mesmo assim, quem será o secretário, qual o seu perfil?”, questiona Joel da Silva.

No âmbito federal, a apreensão do presidente da Fetag-RS é saber se a Secretaria Especial de Agricultura Familiar e do Desenvolvimento Agrário (Sead) irá mesmo para o Mapa. “No Incra (Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária) foi colocado uma pessoa que não tem nada a ver com a pasta. Nos resta torcer que para a Sead seja indicado alguém que conheça a agricultura familiar”, diz.

Joel da Silva gravou um vídeo exclusivo para o Canal Rural falando sobre as conquistas da Fetag-RS em 2018 e os desafios para a entidade em 2019: