Boi

Saiba o que pode impactar o mercado do boi gordo

Analista da Scot Consultoria revela todos os fatos que podem influenciar os preços no semestre

boiada
Foto: Sidney Oliveira/Ag. Pará

Apesar da queda de 15% no preço do milho de junho para cá ter animado alguns pecuaristas, o analista Rafael Ribeiro, da Scot Consultoria, recomenda atenção aos custos com o cereal. As baixas no grão podem não durar até o segundo giro de confinamento, comprometendo o lucro do criador.

O receio é que o segundo giro seja comprometido, como o primeiro foi, pela elevação do insumo. Analisando o primeiro semestre de 2018, enquanto valor do animal saiu de R$ 148 para R$ 140 por arroba (queda de 5,41%), a saca do milho saltou 50%, passando de R$ 30 para R$ 45. As cotações têm como base as cidades paulistas de Barretos e Campinas, respectivamente.

De acordo com a Scot, o grão já apresenta um cenário mais firme na segunda metade de julho. Ribeiro lembra que o pecuarista teve uma janela menor de compra de milho neste ano, já que os preços do cereal só caíram em junho praticamente.

“Quem não se atentou, pode ter que enfrentar um cenário mais firme de preços a partir de agosto”. Mesmo com a colheita segurando as altas por enquanto, o aumento das exportações neste semestre pode alavancar o grão internamente.

Arroba x saca

Em Barretos, interior de São Paulo, a arroba se valorizou R$ 4 de junho a julho, motivada pela baixa oferta de animais, o que é comum no período de entressafra. A curto prazo, o analista reforça que a virada do mês — período de fortalecimento da demanda — pode impulsionar ainda mais as cotações. “O pagamento de salários é um dos motivos que sustenta essas altas sazonais”, explica.

Já o milho, com base na praça de Campinas (SP), caiu R$ 7 por saca nesse período. O cereal saiu de R$ 45 em junho para R$ 37 em julho – e nesse meio tempo chegou a bater R$ 35.

Médio prazo

Quando o assunto é oferta, o pecuarista precisa deixar no horizonte a ideia de que em dois anos, o número de animais pode ser menor. Isso, de acordo com o analista, é reflexo do aumento nos abates de fêmeas observados nos últimos anos. Em 2017, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), os frigoríficos abateram 9,2% mais vacas do que em 2016.