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Mato Grosso deve registrar queda de 2% no total de animais confinados

Detentores do maior rebanho de gado do país, produtores do estado estão desestimulados pela margem de lucro mais estreita

boi magro
Foto: Ana Terra Dantas/Embrapa

O total de animais confinados este ano em Mato Grosso deve ser 1,82% menor quando comparado a 2017, estima o segundo levantamento de intenções feito pelo Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea). Em relação ao número divulgado anteriormente pela entidade, as 681,49 mil cabeças representam queda de 3,70%.

Os produtores da proteína estão desestimulados pela estagnação no preço do boi gordo nos últimos meses e pelo aumento registrados nas cotações dos insumos.

No mercado futuro, a situação dos preços não é muito diferente. O contrato do boi gordo na B3 com vencimento para outubro de 2018, usado como referência pelos confinadores, registrou poucas variações este ano, ficando na casa dos R$ 150 por arroba. A diferença entre os picos de máximo e mínimo era de R$ 7,05 por arroba na divulgação do relatório, enquanto que o contrato futuro de outubro de 2017 teve amplitude de R$ 30,66 por arroba no ano passado.

Na tentativa de contornar o crescimento dos custos, principalmente do farelo de soja, os pecuaristas estão buscando utilizar os subprodutos do algodão na formulação da ração, visto que estes registraram quedas no comparativo anual.

“Ainda assim, as margens da atividade estão apertadas, e os produtores que não utilizaram nenhum mecanismo de proteção de preço podem ficar com a rentabilidade comprometida”, alerta o Imea, em nota.

Evolução dos preços

Dentre todos os insumos listados acima, apenas a torta de algodão registrou desvalorização no comparativo anual, partindo de R$ 477,51 por tonelada para R$ 433,00 por tonelada. Enquanto isso, outros componentes de ração animal, como o farelo de soja e o milho tiveram altas de 43,05% e 55,47%, respectivamente.