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Carne bovina: selos de qualidade beneficiam produtores e consumidores

Debate sobre mudanças e tendências para o mercado de proteína aconteceu na Arena Rural, na 42ª Expointer

A Arena Rural, parceria entre Canal Rural e Senar-RS, recebeu o “Seminário Angus – Produção de carne de qualidade” nesta quinta, 29. Entre os palestrantes, um consenso: as expectativas e preferências do consumidor mudaram e o setor produtivo precisa trabalhar para atendê-las.

A diretora do Centro de Estudos e Pesquisa em administração da Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Márcia Barcellos, conta que a preocupação com o processo por trás da produção de alimentos cresceu. Isso motivou, por exemplo, a volta dos produtos artesanais. “Considero de alta importância a criação de selos que ajudem o consumidor a entender”, diz.

Um exemplo citado no evento foi o Selo Angus Sustentabilidade, lançado em Minas Gerais e validado pela Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA). “Somos a única associação de raça que tem um selo como esse”, afirmou o presidente da Associação Brasileira de Angus, Nivaldo Dzyekanski. Segundo o dirigente, a entidade trabalha para dar ao consumidor mais informações sobre os produtos.

Fernando Flores Cardoso, pesquisador da Embrapa Sul, relatou o processo de criação do selo junto à associação. “Olhamos as tabelas de bonificação, quais carcaças tinham mais valorização, e criamos um índice que relaciona o desempenho do animal em termos de características e crescimento”, diz. Ele garante que isso aumenta o preço recebido pelo produtor, que pode escolher um touro sabendo que vai agregar cerca de R$ 60 em média por filho abatido no Programa Carne Angus.

A nutrição dos animais também é levada em conta nos estudos. “Desenvolvemos provas que medem quanto o animal produz e consome. Com isso, busca-se entregar carne de melhor qualidade com a mesma quantidade de insumo”, explica Cardoso.

O Instituto de Cardiologia do Rio Grande do Sul realizou uma pesquisa para entender os efeitos do consumo de carne no organismo humano. Foram acompanhados, durante três semanas, dois grupos: um que consumiu carne e outro que não. “No fim, não houve nenhuma alteração de colesterol entre as dietas”, diz o professor no Curso de Pós-Graduação da Fundação Universitária de Cardiologia, Iran Castro.