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Nem a quebra de safra pode elevar os preços do arroz, diz analista

Alguns produtores estão esperando a melhora dos valores para negociar, entretanto especialista afirma que indústrias podem optar por comprar o produto do Paraguai

Mais de 60% das lavouras de arroz do Rio Grande do Sul já foram colhidas. Mesmo com a previsão de uma safra menor, em torno de 7,4 milhões de toneladas (ante as 8,4 milhões do ano passado), o preço pode não subir muito, segundo os analistas. Mesmo assim, tem produtor confiante de que os valores possam subir.

A enchente que atingiu a Fronteira Oeste e parte da região sul do estado, impediu a semeadura em mais de 23 mil hectares. De acordo com o Instituto Rio Grandense do Arroz (Irga) a produtividade deve ficar em torno de 7,8 mil quilos por hectare. E a chuva trouxe outros reflexos.

“Houve uma contenção de insumos. Usou-se menos adubos, tanto o de base, quanto o nitrogenado. Estamos com uma dificuldade muito grande no controle de plantas daninhas, por resistência. E não podemos esperar que o preço final do produto vá suprir esses aumentos de custos para implantação da lavoura”, afirma coordenador regional do Irga, Ricardo Machado Kroeff.

A lavoura do rizicultor Tiago Limberger fica no sul do estado, mas não foi tão atingida. Por isso ele colheu bem acima da média para a região: 10,2 quilos por hectare. Mas ele ainda não conseguiu fechar negócios e irá esperar a chegada do segundo semestre, confiante que o preço subirá.

“Estou comercializando a minha soja agora. Vamos esperar para tentar pegar algo acima de R$ 43, um bom patamar para se começar a vender.

No ano passado, a saca chegou a R$ 40 em junho. Para o analista de mercado Gabriel Castagnino Viana, os preços podem até chegar nesse patamar novamente, mas dependem de outras variáveis.

“Dizer que o preço vai subir tão fortemente é um pouco complicado, pois nosso vizinho Paraguai acaba vendendo o produto deles com um preço mais competitivo no Brasil. Se o produtor segurar muito para negociar, talvez as indústrias acabem apostando no mercado externo e comprem do Paraguai”, diz.

Após enchentes, produção de arroz do Rio Grande do Sul deve cair 11%