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Minerva vê chance de Rússia abrir plantas do Brasil durante reunião do Brics

CEO da empresa também afirmou que maior desafio do setor brasileiro de proteína animal é a conquista de mercados asiáticos

frigorífico
Foto: Luiza Biesus/ Embrapa Suínos e Aves

O CEO da Minerva Foods, Fernando Galletti de Queiroz, afirmou nesta terça-feira, dia 24, existir “uma boa chance” de que a abertura de plantas brasileiras pela Rússia aconteça na cúpula do Brics. A 10ª cúpula do grupo que reúne Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul ocorre a partir de quarta-feira, dia 25, na cidade sul-africana de Joanesburgo.

Ainda sobre as negociações para a abertura de mercado, Galletti citou a Indonésia e os Estados Unidos. “Com os norte-americanos não houve nenhuma evolução recente, mas estamos com boas expectativas”, afirmou em conversa com jornalistas durante o Global Agribusiness Forum (GAF 2018), em São Paulo. Em relação à China, ele ressaltou a possibilidade de aumento dos embarques.

Questionado sobre a guerra comercial entre Estados Unidos e China, Galletti disse que o conflito gera oportunidade ao Brasil, à medida que o governo norte-americano adota uma postura mais agressiva e se distancia dos compradores.

“Parte do mercado que será mais afetada é o Meio-Oeste dos EUA e lá estão nossos concorrentes. Esta lacuna é positiva para os brasileiros”, avalia. Já quanto à eventual aquisição de ativos da BRF que estão a venda, Galletti comenta que esse tipo de negociação está fora dos planos da Minerva.

Mercados asiáticos

Na opinião de Galetti, o maior desafio do setor brasileiro de proteína animal é a conquista de mercados asiáticos. O executivo destacou que, entre os países daquele continente, a China está se tornando o principal mercado. “Japão, Indonésia, Tailândia e Coreia do Sul são grandes oportunidades”, citou.

Para o CEO da Minerva, a justificativa do aquecimento da demanda por aqueles mercados é o crescimento da população. “Existe uma correlação muito grande entre o crescimento da classe média e o consumo de proteínas (de origem animal)”, disse.

Na ponta da oferta, a ampla disponibilidade de água e terra favorece as criações no Brasil, assim como a adoção dos sistemas de confinamento. No entanto, “com o aumento de preços dos grãos, a diferença de custos de produção entre a pecuária do Hemisfério Norte e do Hemisfério Sul fica maior”, comentou Galletti. Essa diferença de despesas eleva a competitividade do sistema produtivo norte-americano em relação ao brasileiro, por exemplo, já que os confinamentos se abastecem de grãos como o milho e o farelo de soja.

Além disso, especificamente para a carne bovina do Brasil, o executivo ressaltou que falta acesso a 50% dos maiores mercado compradores do mundo. No topo da lista de importadores que o país precisa avançar estão os Estados Unidos.