Há um mês sem chuva, produtores de soja do RS acumulam prejuízos

Além de terem que replantar 5% da área, agricultores também estão mais sujeitos à incidência de ácaro, que prejudica a produtividade

Fonte: Divulgação/Pixabay

Produtores de soja da região das Missões, no noroeste do Rio Grande do Sul, estão tendo prejuízos por causa da estiagem, que já dura um mês. Cerca de 5% da área precisou ser replantada em razão da falta de chuvas.

O engenheiro agrônomo da Associação dos Produtores de Soja do Rio Grande do Sul (Aprosoja-RS) Laércio Pilau afirma que, se a planta fica muito tempo sem água, ela tem sua produtividade reduzida. É o que está acontecendo na propriedade de Éverson Santos Martins, do município gaúcho de Santo Ângelo.

O produtor rural teve que replantar 10% da área, e calcula aumento no custo de produção. Os problemas começaram em dezembro, com excesso de chuvas. Isso lavou o adubo da cultura, obrigando-o a refazer o trabalho. Com isso, acredita que os gastos subiram cerca de 20%.

A região das Missões recebeu 980 mm de chuva no último mês do ano, época em que chove normalmente 300 mm, de acordo com o presidente do Sindicato Rural de Santo Ângelo, Cláudio Duarte. Isso fez com que o plantio em algumas cidades tenha sido realizado ao longo de 80 dias, o dobro do período normal. As plantas estão em fase de floração e formação de vagens, quando mais precisam de chuvas regulares.

As condições atuais na região são propícias ao aparecimento do ácaro, que também afeta a produtividade da lavoura. A praga é praticamente imperceptível, por isso é necessário redobrar o exame da plantação nesta época do ano, segundo o agrônomo Laércio Pilau.

A área de soja em Santo Ângelo foi ampliada em torno de 30% nesta safra. Apesar dos problemas climáticos, a expectativa é manter a produção da última temporada.

Segundo o presidente do sindicato local, houve redução da área de milho na região, e maior investimento em tecnologia na soja. “A projeção é de produzir de 50 a 60 sacas por hectare”, afirma Cláudio Duarte. Para o produtor rural Éverson Martins, o resultado da produção ainda é uma incógnita.