Mapa prevê queda de 2,5% no VBP de 2016

VBP da pecuária apresenta queda inferior ao da agricultura, de 4,6% em relação a 2015. Já as lavouras têm redução de 1,3%

Fonte: Sebastião José de Araújo/Embrapa

O Valor Bruto da Produção agropecuária (VBP) em 2016 deve ser 2,5% inferior ao do ano passado e somar R$ 517,5 bilhões, estimou nesta quarta, dia 14, o Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O clima desfavorável na safra 2015/2016, como períodos prolongados de estiagem e altas temperaturas, que reduziram a produção de grãos em 10,3%, foram determinantes para essa queda. Dos R$ 517,5 bilhões previstos, as lavouras correspondem a 65,3% e a pecuária, a 34,7%. O VBP da pecuária apresenta queda inferior ao da agricultura, de 4,6% em relação a 2015. Já as lavouras têm redução de 1,3%. 

“Lavouras como algodão, milho, arroz e feijão foram bastante afetadas. No milho, as perdas foram de 17,7 milhões de toneladas em relação à safra anterior e no arroz, de 1,8 milhão de toneladas”, disse em nota o coordenador geral de Estudos e Análises (CGEA) do Ministério da Agricultura, José Garcia Gasques. O faturamento da carne suína diminuiu 13,8%, do leite, 10,1%, e da carne bovina, 3,8%. Gasques explica que esses resultados foram determinados por uma retração dos preços em geral, já que as quantidades praticamente não se alteraram.

Ainda assim o VBP da soja, um dos principais produtos brasileiros, deve crescer 3,8% este ano, chegando a R$ 118,6 bilhões. Só esse grão corresponde a 23% de todo o faturamento da agropecuária. Outras lavouras também apresentam crescimento, como o amendoim (+13,7%), banana (+34,3%), batata inglesa (+31,6%), cacau (+4,4%), café (+10,4%), feijão (+11,7%), mamona (+36,3), trigo (30,1%) e maçã (+11,7%). 
 
Já entre os produtos com queda estão o algodão (-13,9%), arroz (-15,2%), fumo (-28,1%), laranja (-11,8%), mandioca (-15,4%), milho (-4,7%), tomate (-48,1%) e uva (-20,2%).
 
A região Sul continua com o maior VBP (R$ 152,65 bilhões), seguida do Centro-Oeste (R$ 143,95 bilhões), Sudeste (R$ 140,10 bilhões), Nordeste (R$ 42,8 bilhões) e Norte (R$ 29,98 bilhões).