Mais três fazendas do RS integram a lista de habilitadas a exportar à Europa

Nova relação com 29 nomes de estabelecimentos foi divulgada nesta segunda-feiraA lista de fazendas brasileiras habilitadas a abater animais para abastecer de carne bovina o mercado consumidor da União Européia ganhou 29 novos membros nesta segunda-feira. Dessa nova relação, três são propriedades gaúchas segundo o Ministério da Agricultura: Fazenda Santa Isabel, de Santo Antônio das Missões, Estrela das Três Pontas, de Fazenda Vilanova, e Parceria Agropecuária Irmãos Fochesatto, de Bagé.

Agora, o Brasil tem um total de 574 estabelecimentos credenciados para vender carne aos europeus. No Rio Grande do Sul, 43 fazendas integram a lista, somando aproximadamente 47 mil animais rastreados.

Até o fim do ano, o número de propriedades gaúchas deve chegar a 70, avalia o responsável pelo Serviço Brasileiro de Rastreabilidade da Cadeia Produtiva de Bovinos e Bubalinos (Sisbov) no Estado, Gilson Souza.

De acordo com o fiscal agropecuário, o que impede a habilitação mais ágil das fazendas é a necessidade de treinamento prático dos técnicos por instrutores autorizados. Atualmente, o Rio Grande do Sul tem apenas 20 auditores com capacitação de campo para esse tipo de inspeção.

Total é insuficiente

A atual relação de estabelecimentos credenciados ainda é insuficiente para garantir um volume de exportações para a União Européia compatível com o que havia em anos anteriores, avalia o diretor do Sindicato das Indústrias da Carne do Estado, Zilmar Moussalle.

Tanto que nos primeiros 10 meses deste ano o Rio Grande do Sul só exportou 190 toneladas de carne bovina refrigerada para o bloco, ante 2,339 mil toneladas no mesmo período do ano passado.

O problema é que os outros importadores da carne gaúcha pagam preços bem menores do que os europeus. O preço médio da tonelada de carne bovina refrigerada vendida para a Rússia neste ano, por exemplo, foi de US$ 3,8 mil.

Já o produto vendido para os países da União Européia saiu por US$ 11,7 mil, um valor mais de três vezes superior.

? Não vejo perspectiva de mudança nesse quadro em curto prazo, apenas em médio ? afirma Moussalle.

Lentidão

Alinhado com a opinião de Moussalle, o vice-presidente da Federação da Agricultura do Estado, Gedeão Pereira, avalia que o processo de habilitação segue lento e pouco animador.

? Na marcha em que as coisas andam, exportaremos muito pouco para a União Européia. Três novas fazendas não mudam o cenário ? diz.

Um dos problemas para a lentidão, conforme Pereira, é a dificuldade do processo de habilitação. Pelo volume de exigências, muitos produtores estariam desistindo de tentar entrar para o grupo de exportadores.