Lula cogita cortar investimentos caso a crise se agrave no Brasil

Presidente reforça que impacto no país deve ser pequenoO presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta sexta, dia 10, que o Brasil será o país menos afetado pela crise financeira. O argumento é que o sistema bancário nacional e as finanças estão sólidos, além de a política fiscal ser sóbria e serena. Mas ele afirmou que se a turbulência se agravar, informará a população e tomará as medidas necessárias, até mesmo cortando investimentos.

? O meu papel é passar serenidade para a sociedade brasileira, a verdade absoluta. Agora, na medida em que essa crise chegar ao Brasil e tiver implicação na redução dos investimentos ou que o governo tenha que reduzir investimentos, com a mesma serenidade que eu digo que o Brasil está num momento bom, eu vou dizer que a situação está agravada e vamos ter que fazer isso e aquilo, anunciar medidas ? disse Lula, na primeira entrevista a sites brasileiros desde que assumiu a Presidência.

? É como se tivéssemos tomado uma vacina contra uma doença. Ela está demorando a chegar ao Brasil e se chegar, talvez, será numa proporção muito menor do que está chegando nos Estados Unidos, na Europa, no epicentro da crise, que estavam todos metidos na especulação financeira, com o subprime (tipo de hipoteca que deu origem à crise) ? afirmou.

Segundo Lula, não há sinais de que os grandes bancos brasileiros tenham envolvimento no subprime. Conforme o presidente, o problema agora é de liqüidez ? disponibilidade de dinheiro para ser sacado.

? O nosso problema hoje é de liqüidez e nós queremos ajudar, sobretudo em se tratando de ajudar os exportadores brasileiros ? afirmou.

O presidente garantiu que não cortará dinheiro dos programas sociais ou do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC).

? Não vamos tirar nenhum centavo desse dinheiro ? disse, a respeito dos programas sociais.

? Os investimentos nessa área é que garantem que o nosso mercado interno continue crescendo.