Laboratórios estimam prejuízo de R$ 500 milhões com proibição de avermectina de longa duração

Reunião com Ministério da Agricultura para tratar do assunto está prevista para esta terça, dia 10A Associação Brasileira dos Laboratórios Farmacêuticos Nacionais (Alanac) estima prejuízo de R$ 500 milhões para o setor veterinário, com a proibição da produção, comercialização e utilização das avermectinas de longa ação para uso veterinário, estabelecida pelo Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento (Mapa). O produto é o mais utilizado para o controle dos parasitas internos e externos, como os carrapatos, e representa, em média, 30% do faturamento das empresas farmacêuticas naciona

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De acordo com o diretor executivo da entidade, Henrique Tada, a medida não ouviu os setores veterinário e pecuaristas.

– São mais de 60 laboratórios prejudicados, entre nacionais e multinacionais – salienta Tada.

O Brasil é o maior exportador mundial de proteína animal em volume. Parasitas como o carrapato impedem a engorda dos animais no tempo adequado, aumentando os custos da produção. A proibição do produto pode afetar a produtividade dos pecuaristas, segundo a Analac.

– Deixaremos de ter um preço competitivo no cenário mundial – antecipa Tada.

Segundo a associação, a proibição se deu por uma decisão do governo americano, que alterou os critérios de determinação de resíduos, diminuindo os limites de aceitação na carne para o consumo humano. Entre todos os países que importam carne brasileira, a participação dos Estados Unidos responde por menos de 5% das exportações, tendo em vista que o país é também um grande produtor, e só importa carne enlatada.

A Alanac teme que com a saída destes antiparasitários de longa ação do mercado, a maior parte dos pecuaristas ficará sem proteger o seu rebanho adequadamente. A aplicação destes antiparasitários de longa ação acontece, principalmente, duas vezes ao ano, aproveitando-se da aplicação da vacina contra febre aftosa.
 
A Alanac deve se reunir nesta terça, dia 10, com o Mapa para discutir a questão.

Bem estar animal

De acordo com um artigo publicado no Star-Tribune, de Minnesota (EUA), a Cargill anunciou que eliminará o uso de gaiolas de gestação para suínos em suas unidades próprias até 2015 e nas unidades de seus fornecedores contratados até 2017. A Cargill é a maior empresa privada dos EUA.

– A decisão da Cargill nos aproxima do dia em que as gaiolas de gestação serão uma relíquia do passado na indústria suína. Os americanos não apoiam a prática de confinar animais em gaiolas que têm praticamente o mesmo tamanho de seus corpos. A Cargill está certa em liderar a descontinuação dessa prática na indústria – diz o vice-presidente de animais de produção da ONG de proteção animal HSUS, Paul Shapiro.

A política da Cargill dá continuidade a vários outros anúncios similares de mais de 60 das maiores empresas alimentícias nos EUA, como McDonald’s e Costco, declarando planos de eliminar o confinamento em gaiolas em suas cadeias de fornecimento.
 
Outros grandes produtores de suínos nos EUA também já anunciaram planos similares. A Smithfield Foods, maior produtor mundial, anunciou planos de eliminação de gaiolas de gestação em toda sua cadeia até 2022, e a Tyson Foods disse que “futuros sistemas de alojamento para matrizes” devem permitir que elas possam se virar.