Juros do Plano Safra vão depender do prazo de financiamento, diz Maggi

De acordo com ministro, taxas tendem a ser mais altas para pagamentos mais prolongados; com redução da Selic, há expectativa de queda dos juros

Fonte: Coopavel/divulgação

Um dia após a redução da Selic pelo Banco Central de 7% para 6,75% ao ano, o ministro da Agricultura diz que pretende baixar os juros do próximo Plano Safra. No entanto, de acordo com Blairo Maggi, a taxa vai depender do prazo de financiamento que o produtor escolher. A declaração foi feito durante visita do ministro ao Show Rural Coopavel, em Cascavel (PR).

“Se você quer prazos mais longos, os juros vão ficar um pouco mais caros. (Para) Prazos mais curtos, você pode ter juros mais baratos”, diz Maggi.

O ministro afirmou que as discussões sobre o Plano Safra 2018/2019 começam logo após o Carnaval, quando representantes do Ministério da Agricultura vão conversar com lideranças agropecuárias nos estados. Mas há expectativa de redução da taxa de juros, com a redução da Selic, taxa básica da economia.
 
“Nós vamos trabalhar muito firmemente junto ao Planejamento, Banco Central e Tesouro, para trazer esses juros para baixo. Mas eu também entendo que o Brasil tem um teto de gastos e não tem como passar disso”, afirma o ministro.

O futuro dos juros do Plano Safra ainda é incerto, mas as empresas de máquinas agrícolas presentes na exposição de Cascavel estão otimistas com as vendas em 2018. O diretor comercial da Case IH, Paolo Rivolo, projeta crescimento do mercado. “Eu acho que algo na faixa de 3% a 5% (de aumento), não é nem tão conservador nem tão atrevido. Acho que estamos falando a mesma coisa que os concorrentes”, diz.

O produtor rural José Francisco Ghizoni comprou um trator financiado no Show Rural Coopavel. Ele aproveitou um desconto oferecido pela montadora, mas reclama da taxa de juros, de 7,5% ao ano, como oito anos para pagar. “Eu acho que pelo menos 2 pontos percentuais abaixo da Selic seria o ideal para o agricultor. O governo deveria estar subsidiando pelo menos um pouco dos juros”, acredita.