Governo e produtores buscam saída para a crise do setor de café

Governo apresentará cronograma com medidas de apoio para o próximo ano, como a liberação de recursos para ordenamento da oferta e venda da produçãoO governo deve definir até o final deste ano as medidas de apoio ao setor cafeeiro para a safra 2014/2015, que começa ser colhida a partir de abril. O assunto foi discutido em reunião realizada na quinta, dia 3, no Ministério da Agricultura. O presidente do Conselho Nacional do Café (CNC), deputado federal Silas Brasileiro (PMDB/MG), e o presidente da Comissão Nacional do Café Confederação de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), Breno Mesquita, juntamente com dirigentes das cooperativas de ca

Na reunião, o governo se comprometeu a apresentar um cronograma das medidas de apoio à cafeicultura que serão implementadas no próximo ano, com a programação da liberação de recursos para ordenamento da oferta e venda da produção em melhor cenário de preços. Em função de problemas na definição no orçamento, houve atraso na definição das medidas de apoio à cafeicultura nesta safra. Os recursos do Funcafé para financiar a estocagem e comercialização do café, além do capital de giro das cooperativas e empresas do setor, começaram a ser liberados apenas no mês passado.

No encontro, também foi discutida a possibilidade de criação de uma coordenação geral no Ministério da Agricultura para as culturas perenes, que seria responsável pela coleta de números da cafeicultura mundial, a fim de permitir melhor planejamento para o setor. O ponto central do encontro foi o pedido de suspensão automática, por 90 dias, do pagamento das parcelas de crédito rural da cafeicultura. Os produtores argumentam que o adiamento é necessário para que possa “avaliar a situação financeira do setor e apresentar sugestões que visem sanar, definitivamente, a grave falta de renda na atividade”.

Os cafeicultores também pediram ao governo urgência na aprovação do registro e a liberação dos princípios ativos Cyantraniliprole e Chlorantraniliprole/Abamectin, desenvolvidos pelas empresas DuPont e Syngenta, que são utilizados no controle da broca do café. Eles alegam que não existe um substituto eficaz para o endossulfan, que foi banido do mercado neste ano.

Armazéns

Uma das reivindicações dos produtores atendida pelo governo foi a autorização para entrega do café dos contratos de opções em armazéns privados credenciados pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). A medida vale para o próximo leilão e para os outros três realizados nas últimas semanas. Antes os produtores deviam entregar o café em quatro armazéns oficiais: Bauru (SP), Colatina (ES), Uberlândia (MG), Apucarana (PR) e Irecê (BA). Os produtores reclamavam que muitos municípios cafeeiros estavam distantes dos armazéns públicos, o que inviabilizava a participação no leilão.

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Agência Estado