Famasul: recuperação do PIB em 2017 será lenta

A produção de proteínas no País ainda é muito atrelada ao mercado interno, que responde por cerca de 80% do consumo

Fonte: Seagro-TO/divulgação

Após o forte recuo de 6,6% em 2016, a recuperação do Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária em 2017 deve ser lenta devido à situação econômica do Brasil, principalmente com a alta taxa de desemprego que corrompe o consumo interno, afirma Adriana Mascarenhas, gestora do Departamento Econômico da Federação da Agricultura e Pecuária de Mato Grosso do Sul (Famasul). “Acredito que 2017 ainda vamos ter um resultado muito fragilizado”, afirmou.

Adriana ressalta que a produção de proteínas no País ainda é muito atrelada ao mercado interno, que responde por cerca de 80% do consumo. Por sua vez, a indústria de carnes é grande consumidoras de grãos, principalmente o milho. 

Ela avalia que em 2017 o Brasil irá contar com uma safra mais robusta – a produção de soja, por exemplo, deve superar pela primeira vez 100 milhões de toneladas – porém, os preços devem ser menores. Já as exportações devem depender do câmbio, elemento cujo comportamento ainda é muito difícil de prever. 
 
Sobre o ano passado, a economista citou que a queda na produção do milho, de mais de 20%, foi um dos fatores que prejudicou o resultado do PIB da agropecuária. “Com relação às exportações, 55% dos produtos exportados pelo Brasil foram do agronegócio mas, quando comparado com 2015, tivemos queda nessa participação”, afirmou. Para ela, o recuo também foi um reflexo da situação econômica brasileira, com a redução do consumo das famílias e desemprego. 

Levantamento

Mais cedo, o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) informou que no quarto trimestre de 2016 o PIB da agropecuária subiu 1% contra o terceiro trimestre, mas na comparação com o quarto trimestre de 2015 mostrou queda de 5%. A baixa de 6,6% no ano foi a maior para a série iniciada em 1996