Exportações do complexo soja sobem 78,5% em volume e 23,8% em receita

De acordo com o governo, carne bovina também foi destaque no mês, com embarque de mais de 100 mil toneladas

Fonte: Pixabay/divulgação

As exportações brasileiras do complexo soja em março somaram 9,98 milhões de toneladas e US$ 3,468 bilhões. Em relação a igual mês do ano anterior, o aumento foi de 78,5% em volume e 23,8% em receita. Na comparação com fevereiro, as vendas externas aumentaram 241,9% em volume e 237,9% em receita. Os dados foram divulgados nesta sexta-feira, 1º de abril, pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC).

Os aumentos na comparação mensal e anual refletem a maior competitividade da soja brasileira no mercado internacional. Com boa parte da safra negociada antecipadamente, o recuo recente do dólar ante o real, que fez vendedores no mercado físico se retraírem, ainda não influenciou o ritmo de embarques. Enquanto isso, a colheita no Brasil se recuperou dos atrasos iniciais e maiores volumes de soja chegaram até os portos em março.

No acumulado do ano, as exportações do complexo somam 14,547 milhões de toneladas, 49,6% acima das 9,724 milhões de toneladas de um ano antes.

As exportações de soja em grão somaram 8,374 milhões de toneladas em março, aumento de 49,8% ante o volume de 5,592 milhões de toneladas embarcado um ano antes. A receita com as vendas externas do grão atingiu US$ 2,924 bilhões, crescimento de 32,2% na comparação com março de 2015 (US$ 2,211 bilhões). 

Na comparação com janeiro, o volume aumentou 311,2%, enquanto a receita cresceu 308,9%. O preço médio do produto exportado foi de US$ 349,3/tonelada em março, ante US$ 351,2/tonelada em fevereiro e R$ 395,5/tonelada há um ano.

No farelo de soja, o volume exportado aumentou 12,1%, mas a receita teve queda de 13,7% na comparação com março de 2015. Os embarques somaram 1,496 milhão de toneladas, ante 1,335 milhão de toneladas em igual período do ano anterior, e a receita chegou a US$ 470,6 milhões, ante US$ 545,2 milhões há um ano. Em relação a fevereiro, as exportações aumentaram 78,6% em volume e 67,5% em receita.

Já em óleo de soja, as exportações em fevereiro atingiram 109.700 toneladas, 74,7% acima das 62.800 toneladas do mesmo mês de 2015. A receita somou US$ 73,3 milhões, aumento de 60,4% ante os US$ 45,7 milhões registrados em igual período do ano passado. Na comparação com fevereiro, há incremento de 147,8% no volume e 141,3% na receita.

Carnes

As exportações de todas as carnes in natura cresceram no mês de março tanto em volume quanto em receita na comparação com março de 2015 e também em relação a fevereiro deste ano. O destaque, segundo os dados do MDIC, foram os embarques da proteína bovina, que ultrapassaram as cem mil toneladas.  

Em carne bovina in natura foram exportadas 110,90 mil toneladas, 35,1% mais que as 82,1 mil toneladas de março do ano passado e 11,5% acima das 99,5 mil toneladas embarcadas em fevereiro último. A receita somou US$ 411,80 milhões, 21,3% mais que os US$ 339,4 milhões obtidos em março de 2015 e 6% acima da receita de US$ 389,6 milhões de fevereiro. O desempenho se deveu sobretudo ao incremento das vendas já que preço médio recebido pelo produto teve leve recuo, de 5,2% ante fevereiro (de US$ 3.916,2/t para US$ 3.713,50/t) e de 10,20% em relação à media de março de 2015, que foi de US$ 4.135,2/t.

Os embarques de carne de frango in natura somaram 368,60 mil toneladas, alta de 16,3% ante março de 2015, quando foram embarcadas 317 mil toneladas. Na comparação com fevereiro, quando foram exportadas 288 mil toneladas, o aumento foi de 28%. O faturamento atingiu US$ 510,8 milhões, 1,4% mais que os US$ 503,7 milhões registrados no mesmo período de 2015 e 30,9% superior à receita de US$ 390,2 milhões de fevereiro. No caso do frango, o preço médio da tonelada embarcada também ficou abaixo do mesmo mês de 2015 – US$ 1.385,60/t ante US$ 1.589/t – mas subiu em relação a fevereiro passado, quando a media foi de US$ 1.355/t.

Já as vendas externas de carne suína in natura totalizaram 56,70 mil toneladas, 85% mais que as 30,6 mil toneladas embarcadas em março de 2015 e também acima das 43,8 mil toneladas (+29%) de fevereiro. A receita somou US$ 99,20 milhões, alta de 31% ante os US$ 75,7 milhões registrados no mesmo período do ano passado e de 28% ante os US$ 77,3 milhões de fevereiro. No mês passado, o preço médio da tonelada ficou em US$ 1.747,80, ante US$ 1.763,20 em fevereiro e US$ 2.471,3 em março de 2015.

Acumulado

Nos três primeiros meses de 2016, as vendas de carne bovina totalizaram 288,38 mil toneladas, ante 232,1 mil toneladas em igual período do ano passado (+24,25%). Já o faturamento ficou em US$ 1,106 bilhão este ano, 11,35% acima dos US$ 993,3 milhões obtidos entre janeiro e março de 2015.

No que tange às vendas externas de carne de frango in natura, houve alta de 13% no volume acumulado até março, no comparativo anual, para 942,99 mil toneladas. Em faturamento, o recuo foi de 5%, de US$ 1,354 bilhão para US$ 1,287 bilhão.

Também no acumulado do ano, as exportações de carne suína in natura avançaram 25%, atingindo US$ 247,30 milhões ante US$ 197,7 milhões em 2015. Em volume, o avanço foi de 82,85%, passando de 76,4 mil toneladas para 139,7 mil toneladas. 

Algodão

As exportações brasileiras de algodão cresceram 46,6% em volume no mês de março ante igual período de 2015. Foram embarcadas 76,5 mil toneladas, ante 52,2 mil toneladas em março do ano passado, conforme o MDIC. Já na comparação com fevereiro, quando os embarques somaram 89,5 mil toneladas, houve queda de 14,5%.

A receita com as vendas externas da pluma somou US$ 111,1 milhões, aumento de 38,7% ante março do ano passado (US$ 80,1 milhões), mas recuo de 16,3% ante fevereiro de 2016 (US$ 132,8 milhões).

O preço médio da tonelada de algodão exportada no mês passado foi de US$ 1.451,5, ante US$ 1.483,6 de fevereiro e de US$ 1.534,1 de março do ano passado.

No acumulado do primeiro trimestre, foram exportadas 258,1 mil toneladas de algodão, um volume 65,1% acima das 156,3 mil toneladas embarcadas nos três primeiros meses do ano passado. Já a receita acumulada com as vendas externas da pluma no primeiro trimestre de 2016 foi de US$ 381,7 milhões, um montante 55,9% superior aos US$ 244,9 milhões faturados entre janeiro e março de 2015. 

Açúcar

O Brasil exportou em março 2,078 milhões de toneladas de açúcar bruto e refinado, volume 23,1% menor que as 2,703 milhões de toneladas embarcadas em fevereiro e 5,6% inferior ante as 2,202 milhões de toneladas registradas em igual mês de 2015. Dados do MDIC mostram ainda que do total embarcado no mês passado, 1,646 milhão de toneladas foram de açúcar demerara e 431,6 mil toneladas, de refinado.

A receita obtida com a exportação total de açúcar em março último foi de US$ 627,4 milhões, 21,6% menor que a registrada em fevereiro (US$ 800,4 milhões) e 17,9% abaixo dos US$ 763,9 milhões computados em março de 2015.
No acumulado de 2016, foram exportadas 6,278 milhões de toneladas de açúcar (+11,9%), com receita de US$ 1,860 bilhão (-6,1%). 

Café

Segundo o MDIC, a exportação brasileira de café em grão no mês de março (22 dias úteis) alcançou 2.775,3 mil sacas de 60 kg, o que corresponde a uma leve diminuição de 3% em relação a igual mês do ano passado (2.860,4 mil sacas). Em termos de receita cambial, houve diminuição de 21,9% no período, para US$ 405,9 milhões em comparação com US$ 519,7 milhões registrados em março de 2015. 

Quando comparada com fevereiro passado, a exportação de café em março apresenta elevação de 4% em termos de volume – em fevereiro os embarques somaram 2.668,8 mil sacas. A receita cambial foi 2,2% maior, considerando faturamento de US$ 397 milhões em fevereiro passado.

No primeiro trimestre deste ano, o volume de café exportado pelo Brasil caiu 2,1% em comparação com o mesmo período do ano passado. Foram embarcadas 7.929,2 mil de sacas de janeiro a março deste ano, ante 8.098,7 mil de sacas no mesmo período de 2015. A receita cambial, no entanto, apresentou forte queda de 25,2%. O País faturou US$ 1,166 milhão, em comparação com US$ 1,560 milhão no primeiro trimestre de 2015.

Milho

O Brasil exportou em março 2,024 milhões de toneladas de milho. O volume é quase três vezes superior ao reportado em igual mês do ano passado, quando os embarques somaram 675,4 mil toneladas. A receita cambial obtida com as exportações avançou 154,2% na comparação com igual mês do ano passado, passando de US$ 132,9 milhões em março de 2015 para US$ 337,9 milhões agora.

Na comparação com fevereiro, o desempenho foi negativo. Com a colheita da soja e o enfoque nos embarques da oleaginosa, o ritmo de exportação do milho costuma cair. O volume foi 62,3% inferior aos 5,374 milhões de toneladas embarcadas em fevereiro. Já a receita caiu 62,1% ante US$ 892,2 milhões em janeiro.

O preço médio do milho exportado em março, considerados 22 dias úteis, foi de US$ 167 a tonelada, acima dos US$ 166/t registrados em fevereiro, mas abaixo dos US$ 196,80/t de março de 2015.

Apenas no primeiro trimestre do ano, o aís exportou 11,85 milhões de toneladas neste ano, 138,4% a mais que as 4,97 milhões de toneladas embarcadas entre janeiro e março de 2015. A receita no acumulado de 2016 totalizou US$ 1,965 bilhão, ante US$ 932,8 milhões no primeiro trimestre de 2015.

Suco

A receita com exportação de suco de laranja do Brasil caiu 36% em março na comparação com o mesmo mês de 2015, de US$ 256,4 milhões para US$ 163,9 milhões, informou o MDIC. Em relação a fevereiro de 2016, a queda foi de 47,5% sobre os US$ 312,3 milhões registrados naquele mês.

O volume de suco de laranja exportado no mês passado foi de 214,4 mil toneladas, 36,9% menor frente as 339,8 mil toneladas embarcadas em fevereiro e 10,4% inferior às 239,4 mil t de março de 2015. As fortes variações positivas e negativas entre os meses são comuns no mercado exportador de suco de laranja. Elas ocorrem principalmente em razão das escalas dos navios cargueiros utilizados para o envio da bebida ao exterior, os quais transportam grandes volumes da commodity.

O preço médio da tonelada de suco exportada em março foi de US$ 764,30 ante US$ 1.071 em março de 2015 e US$ 919 por tonelada em fevereiro de 2016.

Com o resultado de março, as vendas acumuladas de suco no primeiro trimestre de 2016 alcançaram 671,4 mil toneladas, 16,3% a mais que as 577,1 mil toneladas embarcadas no mesmo período de 2015. A receita acumulada soma US$ 570,2 milhões, 10,3% abaixo dos US$ 635,5 milhões registrados nos três primeiros meses do ano passado.