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Ex-presidente Lula deixa a prisão em Curitiba

Lula estava preso desde 7 de abril do ano passado, na Superintendência da Polícia Federal (PF) na capital paranaense pela condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP)

Lula Curitiba
Foto: Gibran Mendes / CUT Paraná

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva deixou a prisão nesta sexta-feira, 8, após decisão da Justiça Federal em Curitiba. Lula estava preso desde 7 de abril do ano passado, na Superintendência da Polícia Federal (PF) na capital paranaense pela condenação no caso do tríplex do Guarujá (SP), um dos processos da Operação Lava Jato.

Em janeiro do ano passado, a condenação de Lula, proferida em primeira instância pelo ex-juiz Sérgio Moro, foi confirmada e a pena aumentada pelo Tribunal Regional Federal da 4ª Região (TRF4), segunda instância da Justiça Federal, para 12 anos e um mês de prisão – 8 anos e 4 meses pelo crime de corrupção passiva e 3 anos e 9 meses pela lavagem de dinheiro.

Além de Lula, a decisão do STF deverá beneficiar outros condenados na Lava Jato, como os ex-deputados Eduardo Cunha, José Dirceu,  além do e ex-executivos de empreiteiras.

Impacto no dólar

O dólar comercial fechou em alta de 1,80% no mercado à vista, cotado a R$ 4,1680 para venda, próximo à máxima do dia de R$ 4,1700 (+1,85%), reagindo à decisão do juiz do Tribunal Regional da 4 Região (TRF-4), Danilo Pereira Júnior, que autorizou na reta final dos negócios que o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva seja solto após a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) ontem. O real teve o pior desempenho entre as principais moedas globais.

“O dólar operava em alta com alguma medida por conta também do cenário externo, mas nitidamente o mercado piorou quando foi confirmada a soltura de Lula”, acrescenta o economista-chefe da Necton, André Perfeito.

Na semana, o dólar se valorizou em 4,25% frente ao real refletindo não só as incertezas no exterior em meio aos ruídos da guerra comercial entre Estados Unidos e China, mas também a grande frustração do mercado doméstico com o megaleilão do pré-sal que não despertou o interesse de investidores estrangeiros, além de arrecadar menos do que o esperado pelo governo federal. O mercado aguardava uma entrada de fluxo que virá, dizem analistas.

A forte valorização foi corroborada pela decisão do STF que definiu que o início do cumprimento da pena de prisão só pode acontecer quando houver trânsito em julgado, ou seja, quando não houver mais recursos cabíveis ao réu, e consequentemente, com a decisão de justiça de soltar o ex-presidente Lula.

“A saída do Lula da prisão dá força para a oposição”, comenta o economista-chefe do Ourinvest, Fernanda Consorte. Com Lula livre, Perfeito avalia que, provavelmente, o clima político irá de novo se radicalizar, especialmente, porque todos os indícios dão conta de que o ex-presidente irá para o embate político em caravanas pelo país. “Isso pode atrapalhar em parte a agenda de reformas, uma vez que o presidente Jair Bolsonaro se encontra politicamente frágil e praticamente sem partido”, reforça.

Na próxima semana, o mercado deverá repercutir a liberdade de Lula, em meio à liquidez reduzida com feriados nos Estados Unidos e aqui, no fim da semana. “As atividades serão reduzidas em Brasília. A trajetória é de alta com fluxo menor e inicialmente, uma agenda de indicadores sem força para precificar a moeda”, analisa Consorte.