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Guerra comercial EUA-China pode elevar produção de etanol, diz Bunge

Se embate continuar, produtores norte-americanos vão apostar mais no milho, em vez de soja, para produzir combustível, o que pode limitar preços do Brasil, afirma gerente da empresa

bomba de combustível
Foto: Fabio Rodrigues Pozzebom/Agência Brasil

Em meio a uma conjuntura favorável para o mercado brasileiro de etanol, a gerente de Inteligência de Mercado em Açúcar, Bioenergia e Grãos da Bunge, Luciana Torresan, alerta que o eventual aumento da produção do biocombustível de milho nos Estados Unidos é o único fator que pode pressionar as cotações no país. “Se a guerra comercial entre a China e os norte-americanos continuar, os agricultores dos EUA vão apostar mais no milho, em vez da soja, para produzir etanol e isso pode ser um limitador aos preços do Brasil”, afirmou a executiva durante a 18ª Conferência Internacional Datagro.

Com relação ao açúcar, Torresan destaca que as condições climáticas adversas tendem a afetar a moagem do adoçante em alguns de seus principais países produtores. Um exemplo é o clima seco que prejudica o desempenho do setor na Índia e na Tailândia. “Essa conjuntura pode levar a um déficit na safra global de 2019/2020”, diz.

Especificamente para o ano que vem, safra de 2018/2019 no mundo, a expectativa de preço internacional do açúcar está entre 13 e 15 cents por libra-peso.

Em relação ao consumo global açucareiro, a executiva da Bunge projeta aumento anual de 12 milhões de toneladas, pelos próximos cinco anos. Para ela, o Brasil tem potencial para atender a esse aumento de demanda global, apenas movimentando o mix de produção das usinas do país. “Mas para que isso aconteça é necessário expandir a área de cana. É preciso que os preços incentivem essa expansão”, acrescenta.

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