Entidades repudiam suspensão da exportação de animais vivos

Segundo a ABCZ, a alegação de maus-tratos se encaixa na decisão judicial que manteve os 27 mil bois, que seriam exportados a Turquia, presos no porto de Santos (SP)

Fonte: Karlos Geromy/Secap

Entidades do setor pecuário, como a Associação Brasileira dos Criadores de Zebu (ABCZ), repudiaram neste sábado, dia 3, a decisão do juiz federal da  25ª Vara Cível Federal de São Paulo, Djalma Moreira Gomes, que suspendeu a exportação de animais vivos no Brasil.

Em nota, a ABCZ informou que este é um grande entrave que traz insegurança para toda classe produtiva. “O interesse de outros países na compra de animais vivos do Brasil demonstra claramente a excelência da pecuária nacional, que possui animais de grande potencial genético, capazes de modificar a realidade do rebanho mundial. A exportação de animais é uma atividade legalizada e regulamentada no Brasil, que exige que os produtores rurais sigam rígidos padrões fitossanitários, fiscais e de bem-estar animal para sua execução”.

A ABCZ afirmou ainda que a decisão judicial é incoerente, já que apura maus-tratos aos animais, mas mantém o gado preso em um porto. “A alegação de maus-tratos se encaixa, sim, a essa incoerente decisão judicial que mantém os animais presos em um porto, adiando ou até mesmo impedindo que eles cheguem ao seu destino. O possível desembarque dos animais em Santos (SP), com base arbitrária e ideológica, coloca em risco todas as cadeias de produção de proteína animal no Brasil”.

Outras entidades também se manifestaram contra a decisão. A Associação Brasileira de Angus afirmou que a decisão judicial é um ataque às regras de livre mercado.

“Entendemos ser totalmente inadmissível que o Judiciário cerceie o direito de toda classe pecuarista de acessar mercados externos, mesmo estando ela cumprindo rigorosamente com as regras em vigor. É importante que se diga que o transporte rodoviário e hidroviário de animais em pé é regido e auditado pelo Ministério da Agricultura tendo em vista a necessidade de se assegurar o bem-estar dos exemplares e a própria segurança da carga” informou em nota.

Veja a posição de outras entidades

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