Empresas já sentem efeitos da crise na demanda

Das entidades pesquisadas, 71% tiverem investimentos afetadosAlém dos efeitos na concessão de crédito, a crise financeira internacional também está gerando redução da demanda na economia brasileira. Pesquisa realizada pela Confederação Nacional da Indústria (CNI) mostrou que 71% das empresas consultadas dizem que seus investimentos foram afetados pela crise e 57% estão revendo suas projeções de vendas para 2009.

De acordo com o gerente executivo de Pesquisa, Avaliação e Desenvolvimento da CNI, Renato da Fonseca, a redução da demanda já era prevista para ocorrer depois da redução do crédito, mas ela veio mais rápido do que se imaginava.

? O que surpreendeu foi a rapidez com que a redução da demanda aconteceu. Isso ocorreu principalmente por causa das expectativas: as pessoas e as empresas se assustaram, então todo mundo está dando um tempo para ver o que vai acontecer antes de decidir pelas compras ? disse Fonseca, em entrevista ao programa Revista Brasil, da Rádio Nacional.

Segundo ele, os setores mais afetados pela crise são os exportadores de commodities e os que dependem muito de financiamento, como a indústria automobilística.

Nos Estados Unidos, as três maiores montadoras do país ? General Motors, Ford e Chrysler ? aguardam a aprovação de um pacote de resgate de US$ 25 bilhões no Congresso, prometido para ser votado até o dia 2 de dezembro.

Aqui no Brasil, a GM divulgou uma mensagem institucional na qual afirma que, apesar de sentir as conseqüências da crise financeira norte-americana, a sede brasileira da empresa vai manter todos os investimentos programados para o país até 2012, como a construção da nova fábrica de motores em Joinville (SC) e o lançamento de um novo veículo que será produzido em São José dos Campos (SP).

A Ford divulgou no início do mês o balanço do terceiro trimestre do ano, que mostra um prejuízo líquido de US$ 129 milhões. A companhia também anunciou ações para reduzir custos e aumentar o resultado bruto da empresa, como a redução de 10% nos custos com pessoal e redução nos gastos de capital, manufatura, tecnologia da informação e na publicidade.