Diversos

Embrapa: novo presidente quer fortalecer culturas pouco exploradas

Sebastião Barbosa assumiu o cargo nesta quarta, dia 10, e falou que outra prioridade da instituição será desenvolver mais pesquisas para o Nordeste

Sebastião Barbosa
Foto: Embrapa

O pesquisador Sebastião Barbosa tomou posse como novo presidente da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) na manhã desta quarta-feira, dia 10. Em seu primeiro discurso à frente da instituição, ele se comprometeu a desenvolver pesquisas para todos os agricultores, dos pequenos aos grandes. “Também vamos dar atenção às culturas pouco exploradas, como leite e derivados, frutas, pescados e produtos florestais”, declarou.

Outra foco da entidade durante seu mandato será o Nordeste. “O semiárido receberá prioridade! A agenda de pesquisa vai demandar um salto de qualidade, inovações que possam garantir sustentabilidade à agropecuária na região, para devolver dignidade àquela brava gente”, defendeu.

Barbosa também se comprometeu a estabelecer um diálogo mais próximo com as entidades do setor. “Vamos buscar aproximação com associações, sindicatos, cooperativas, Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA) e Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB). Foi um instrução direta do ministro da agricultura Blairo Maggi e que seguiremos à risca”, disse.

Para o novo presidente da Embrapa, a instituição precisa de menos ideologia. Ele afirmou que vai enfrentar os desafios para reestruturação da empresa, com fortalecimento das unidades descentralizadas, buscando integração com a academia e sistemas de ensino. “Chegou a hora de pensar nos desafios dos próximos anos. O Brasil vai mudar para melhor! Consumidores vão exigir mais comida, fibras e produtos florestais mais baratos e mais sustentáveis”, afirmou.

Barbosa ainda elogiou cientistas, pesquisadores e parceiros da instituição, como o governo japonês, importante na “conquista do Cerrado, maior contribuição da Embrapa ao Brasil e ao mundo”, segundo ele.

Presente na cerimônia de posse, Maggi destacou o processo de seleção e escolha do novo presidente que, de acordo com ele, foram feitos sem interferências políticas, de classe ou corporativas.

O ministro da Agricultura também aproveitou para agradecer ao presidente Temer pela atenção que deu ao setor agropecuário. “Tive a liberdade de fazer as mudanças necessárias para mudar pouco daquilo que vinha sendo feito. Mais de mil mudanças internas, em concordância com setor privado e produtivo, e com o entusiasmo dos servidores. Que as sementes deem bons frutos no futuro”, falou, em tom de despedida na última cerimônia que ele deve participar no Planalto como ministro dessa gestão.

Posse

Realizada no Palácio do Planalto, a cerimônia contou com a presença do presidente da República, Michel Temer,  do ministro da Agricultura, Blairo Maggi, do ministro da Casa Civil, Eliseu Padilha, do ex-presidente da empresa Maurício Lopes e do presidente do Conselho de Administração da Embrapa, Eumar Novacki. O cargo será de dois anos, podendo ser renovado até duas vezes pelo mesmo período, totalizando um período máximo de seis anos a frente da presidência. Os três diretores executivos empossados em 2017 continuam nos mandatos, sem alteração.

Opinião do conselho

Eumar Novacki ressaltou a exigência feita a Barbosa por maior diálogo com o setor produtivo. Ele também destacou que uma das maiores críticas feitas a Sebastião Barbosa, a de que ele era muito rígido e duro quando comandou a unidade da Embrapa Algodão, no Nordeste, foi exatamente a característica positiva que levou o Conselho de Administração a decidir pela escolha dele para o cargo. “Soubemos que era nome certo. Vivemos tempos complexos, difíceis, em que, muitas vezes, exigir o correto é visto com desconfiança. Mas o gestor público precisa tomar medidas duras e amargas. Colocar interesses da nação acima dos interesses corporativos. Precisa ter pulso e energia”, afirmou.

Além do currículo de Sebastião Barbosa, contou muito para a escolha a visão dele sobre o futuro da Embrapa e sobre temas importantes. A missão do novo presidente deve ser expandir a participação do Brasil no mercado internacional de alimentos, conforme Novacki também destacou no discurso. “O mundo precisa saber que produzimos de modo sustentável. Utilizamos menos de 30% das terras do país. O mundo precisa reconhecer esse esforço”, disse.

Passagem de bastão

Maurício Lopes, que deixou a presidência da Embrapa nesta quarta, agradeceu a confiança pelos seis anos em que comandou a empresa.  Ele segue como pesquisador da instituição e se colocou à disposição para ajudar o novo dirigente. “Entreguei relatórios das entregas feitas à sociedade nesses anos. Essa atitude contribui para registrar como lidamos com desafios e nos reinventados com os novos cenários. Espero que documentos ajudem a reforçar as responsabilidades da instituição para que a agricultura siga vencendo obstáculos”, finalizou. 

Novo presidente da Embrapa toma posse nesta quarta-feira