Dólar sobe quase 3% e caminha a R$ 3,50

Moeda americana tem outro dia de altas expressivas e tensão no mercado financeiro

Fonte: Bruno Domingos/Reuters

O dólar atingiu alta de 3%, chegando a encostar em 3,50 reais nesta sexta-feira, dia 11, cenário decorrente do nervosismo instaurado pela escolha do presidente eleito nos Estados Unidos, Donald Trump, na manhã de quarta-feira, dia 9.

A vitória do republicano na corrida à Casa Branca deixou os mercados financeiros globais temerosos, diante de suas posições mais radicais e imprevisibilidade. A preocupação é de que sua política econômica seja inflacionária e, assim, obrigaria o Federal Reserve, banco central norte-americano, a elevar os juros na maior economia do mundo, com potencial para atrair recursos aplicados em outros mercados, como o brasileiro.

Nesta quinta-feira, a moeda americana registrou o pico de alta em oito anos. A média ficou em R$ 3,386, com aumento acima de 5% e valorização de 4,29%.

Para o diretor da Ricam Consultoria, Ricardo Amorim, é cedo para fazer projeções, porém, o movimento de alta pode ser temporário. “Com a vitória de Donald Trump e uma potencial recessão global, tivemos reversão da tendência de queda no dólar, para valorização. Acredito que conforme as tensões se dissipem haja, inclusive, retorno da situação anterior”, avaliou em entrevista ao Mercado e Cia, nesta sexta-feira.

O economista Jason Vieira acrescenta: “O dólar global está bastante pressionando em relação à maioria das divisas. No Brasil tivemos uma atuação do Banco Central que reduziu o ímpeto do dólar, que agora está tem um cenário mais calmo, mas a tendencia é de volatilidade. Obviamente que com o mal humor no Brasil, e o dólar é uma medida de humor dos investidores, ele pode ter um alta menos expressiva. A questão é que ainda não há uma visão clara das ações do republicano”.

Na opinião de ambos, Trump traz mais dúvidas do que respostas e, por isso, ainda não há como avaliar a tendência do câmbio.