Dólar abre sessão com forte alta e atinge R$ 3,50 nesta quarta

A moeda é influenciada pelo rendimento dos títulos do Tesouro americano e pela incerteza eleitoral no Brasil

Fonte: AP

O dólar abriu a sessão desta quarta-feira, dia 25, em alta acelerada em relação ao real, já cotado na marca de R$ 3,50, com os investidores dando continuidade ao movimento dos últimos quatro pregões.

A valorização da moeda norte-americana é influenciada pelo cenário externo, com o rendimento dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos de 10 anos (T-note) seguindo acima de 3%, e também pela cena doméstica, diante das incertezas eleitorais.   

Às 9h15, o dólar à vista subia 0,92%, cotado a R$ 3,502, não muito distante da cotação máxima, até então, a R$ 3,509, em alta de 1,12%. No mercado futuro, o contrato do dólar para maio subia 0,76%, a R$ 3,501.

“No mercado internacional de câmbio, o dólar é vencedor, ganhando das moedas desenvolvidas e da maioria das divisas emergentes e ligadas às commodities”, comenta, em relatório, o analista da Correparti Corretora, Jefferson Luiz Rugik.

Para ele, o mercado doméstico de câmbio acompanha o movimento externo, refletido no salto do rendimento dos títulos do Tesouro americano, que operam acima dos 3%. Segundo ele, esse movimento é potencializado pelo “desempenho pífio” do candidato Geraldo Alckmin na pesquisa Ibope em São Paulo. Na mesma linha, um operador de derivativos afirma que a valorização global do dólar deixa o real novamente bastante pressionado. 

Nesse sentido, as atenções dos negócios locais com câmbio se voltam, então, para o Banco Central (BC). “O contraponto desta nova valorização do dólar poderá ser uma nova intervenção por parte do BC no câmbio”, afirma Rugik. A autoridade monetária pode entrar no mercado ofertando mais contratos de swap cambial (que é uma ferramenta utilizada para conter a volatilidade da moeda), diz o operador citado acima, em anonimato.

Para o diretor de operações da Mirae Asset, Pablo Spyer, analisando o comportamento de outras moedas do mundo, estava claro que a pressão de alta no dólar iria continuar nesta quarta, atingindo (e rompendo) os R$ 3,50 e podendo subir mais. “A próxima resistência (fraca) é em R$ 3,61. Depois, só acima de R$ 4,00”, afirma.