Divergências sobre ampliação e desenvolvimento da África dominam pauta da Cúpula do G8

França propõe inclusão de emergentes, Grã-Bretanha apóia, mas Estados Unidos e Japão discordamDivergências em relação a uma possível ampliação foram destaque no primeiro dia da reunião de cúpula do G8, o grupo dos países mais desenvolvidos do mundo. Uma das propostas, feita pelo presidente da França, Nicolas Sarkozy, é a de inclusão de importantes economias emergentes, entre elas o Brasil.

De acordo com Sarkozy, seriam incluídos também México, China, Índia e África do Sul. Com isso, o grupo passaria a ser um G13 e, na avaliação do presidente francês, poderia tomar decisões com mais justiça.

A proposta conta com apoio do primeiro-ministro britânico, Gordon Brown. Mas Estados Unidos e Japão, temerosos em relação ao forte crescimento da China, são contra. Um porta-voz do governo americano considerou a idéia desnecessária, argumentando que é possível ampliar a participação de países sem mudar o formato.

O primeiro-ministro japonês, Yasuo Fukuda, que deu as boas-vindas aos participantes da reunião, em Hokkaido, norte do Japão, aavaliou que este não é o melhor momento para se discutir a ampliação do grupo. Segundo ele, é a oportunidade de um pequeno grupo de países assumir uma grande responsabilidade.

Apesar disso, os representantes dos Estados Unidos defende a inclusão de países como China e Índia em um acordo multilateral para redução das emissões de gases nocivos para a atmosfera. E o Japão pretende chegar a um pacto que permita ao país dizer que a reunião de cúpula obteve sucesso.

Em plena crise econômica, o G8 dedicou sua primeira jornada de reuniões ao desenvolvimento da África, diante do objetivo japonês de avançar no cumprimento das metas da ONU para 2015, embora previamente tenha havido certa polêmica nos corredores.

Esta é a maior reunião de cúpula do G8 desde 1975, quando o grupo foi criado. Até quarta-feira, estarão reunidos representantes dos oito países-membros, de sete economias emergentes, entre elas o Brasil, e de outras sete nações mais pobres, que exigem a manutenção das promessas dos países mais ricos em relação ao desenvolvimento. O grupo representa 58% do PIB mundial, e 60% das emissões de gases que produzem o efeito estufa.