Chuvas causam prejuízos na produção de hortaliças em São Paulo

Legumes e verduras já começam a faltar no mercado e, em alguns locais, preços chegam a dobrarAs chuvas no interior de São Paulo causam estragos e prejuízos que ultrapassam R$ 25 mil reais por produtor. A cultura mais prejudicada é a de hortaliças, que começa a faltar no mercado. Em alguns casos, os preços já chegam a dobrar.

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Os buracos na couve manteiga foram provocados pelo granizo que vem caindo nas últimas semanas em Ibiúna (SP).  A quantidade e intensidade das chuvas têm provocado problemas na região.

– Acho que foram umas três chuvas de pedra desde o início de dezembro que estragaram bem. Tem planta que dá pra recuperar, mas quando está no ponto de colheita, não dá pra recuperar. A gente passa o trator por cima e planta outra – afirma o produtor Jully Watanabe.

Com as chuvas, o agricultor registrou prejuízos nas três propriedades da família. Ele vende para o atacado, mas tem sentido dificuldade no fornecimento porque a produção já apresenta cerca de 30% de perda. As folhas da alface também foram danificadas e o preço da caixa no atacado que era de R$ 8,00, já chegou a ser comercializada a R$ 20,00, pra tentar compensar os prejuízos.

– Quando o dano é muito grande, quando a pedra fura, não se consegue mandar pra loja, ou mandar pro Ceasa, então a gente pega e joga fora, não tem como mandar – relata Watanabe.

Os problemas na propriedade do produtor Bruno Nakati, também em Ibiúna, foram ainda maiores. Das 40 estufas, apenas três não foram danificadas. E além da perda da produção, os prejuízos podem chegar a R$ 25 mil reais com os reparos.

– Como rasgou as estufas, as plantas estão descobertas, as plantas acabam entrando dentro do cano devido às chuvas. A gente tem que ter uma mão de obra muito grande, porque toda hora precisamos reposicionar as plantas, e devido à planta ficar exposta ao sol, acaba prejudicando – afirma Nakati.

Na Grande São Paulo, o preço também já está acima da média e na Companhia de Entrepostos e Armazéns da Cidade (Ceagesp), começa a faltar hortaliças.

– Essa época é um período de alta temperatura, com chuva na região produtora e isso faz com que ocorra diminuição de volume ofertado e perda de qualidade como reflexos dos aumentos dos preços praticados. Os legumes e as verduras, principalmente as mais sensíveis, já tiveram reajuste de 10% a 15% em média e essa é a expectativa pra todo o primeiro trimestre. Então, de janeiro a marco, aumenta a rentabilidade do produtor que consegue produzir, retirar o produto lá da produção e o consumidor acaba pagando mais caro. Essa é uma situação absolutamente normal para essa época – explica o economista da Ceagesp, Flavio Godas.