China e Arábia Saudita sinalizam fim de embargo à carne bovina brasileira

Arábia Saudita já consolidou o levante do embargo e abertura para China será definida em reunião neste sábado, dia 15O ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento, Neri Geller, informou nesta sexta, dia 14, ao Canal Rural, que a Arábia Saudita consolidou a abertura de mercado para a carne bovina brasileira e que a exportação para a China só depende de uma última reunião técnica, a ser realizada neste sábado. Ele citou, ainda, a liberação de oito plantas industriais de frango e de suíno do Brasil para o mercado chinês.

– Fizemos uma viagem para a Arábia Saudita e conseguimos superar todas as questões técnicas. Foi liberada, agora, a última missão para o Brasil para fazer a análise e inspeção por amostragem e consolidar o levante do embargo. Conseguimos, praticamente, a abertura de mercado para a Arábia Saudita, que é extremamente importante para o Brasil. Assinamos também o levante do embargo da BR Foods – declarou o ministro.

Para a China, ficou acordado que a carne poderá entrar por Pequim, processo que antes era feito via Hong Kong e que onerava o custo de produção de 25% a 30%. 

– Temos possibilidade de exportar no ano que vem cerca de US$ 400 a US$ 500 milhões em carne bovina para a China, o que significa que a produção deve avançar no mercado brasileiro – salientou. 

Com a demanda, o ministro sugere que o consumo de milho e ração aumentem para dar celeridade à engorda nos confinamentos, principalmente nas regiões Centro-Oeste e Norte.

– Vamos investir. É um mercado seguro, está consolidado o levante do embargo, só falta a última reunião técnica. Queremos, a partir de janeiro, exportar para o mercado chinês. Isso agrega valor, porque produziremos mais, é um mercado estável a curto, médio e longo prazo – define Geller.

Em relação à variedade de milho transgênico usada no Brasil, MIR 162, que ainda não foi aprovada pelo Ministério da Agricultura chinês, o ministro salientou que a “questão deve ser consolidada em breve”. Fontes extraoficiais acreditam que a consolidação da abertura de exportação do cereal deva sair em duas semanas.
 
– Muito em breve teremos boas notícias para liberar o último evento, que é o MIR162, que vem atrapalhando o nosso escoamento do grão para a China – adianta.

Outra liberação foi o tabaco, que pode fomentar o setor em Santa Catarina e no Paraná. 

No âmbito político, questionado sobre sua permanência no cargo ou pela substituição da senadora Kátia Abreu, Geller destacou que não há posição definida.

– Conversei bastante com a presidente Dilma logo depois da eleição, fiz relato da agenda que temos no exterior. Vou cuidar do ministério e vou fazer política com resultado de trabalho, o restante vamos deixar acontecer. Pode ser que eu fique, pode ser que eu não fique – concluiu.