Há muito tempo o cavalo deixou de ser só um meio de transporte ou um ajudante no campo. Hoje, além de competições de raças, o animal também é utilizado para métodos terapêuticos, como a equoterapia. O projeto EquoSorriso, de São José dos Pinhais, no Paraná, atende crianças com necessidades especiais. Através do cavalo, elas conseguem se integrar melhor com a sociedade.
Segundo a Associação Nacional de Equoterapia, o tratamento é um método terapêutico que utiliza o cavalo dentro de uma abordagem interdisciplinar nas áreas de saúde, educação e equitação. O objetivo é buscar o desenvolvimento biopsicossocial de pessoas com deficiência ou com necessidades especiais.
A coordenadora e presidente do Centro de Equitação de Jovens Crioulistas do Paraná, Rosana Collect, conta que o projeto, que nasceu em 2008, surgiu com a ideia de auxiliar crianças com necessidades na vivência com o cavalo, além de integrá-las ao meio rural.
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“Desde o início, o objetivo é ampliar o tratamento para as crianças. Assim, nos reunimos e decidimos fazer da Associação de Crioulos do Paraná um centro também de reabilitação, integrando várias terapias”, destaca.
Rosana explica que o tratamento varia de criança para criança e conta como funciona o processo.
“Nós contamos com a presença de uma fisioterapeuta, uma equitadora e com os alunos do Projeto Comunitário da PUC/PR. Para participar, as mães devem trazer a liberação médica para a prática. Depois, realizamos uma avaliação, pois cada um tem seu exercício especifico para cada síndrome. As crianças iniciam o contato com o cavalo e cada uma reage de uma forma. Geralmente, na segunda sessão já estão montando, sempre acompanhadas da equitadora. O diferencial do cavalo para a criança está no contato e na percepção de cada uma, do seu jeito de interagir com ele”, explica.
O resultado do trabalho com os cavalos é sempre positivo e de fascínio por parte das crianças, conta a coordenadora.
“Os resultados são maravilhosos! As mães nos relatam que em casa o despertar para novas coisas ao redor da criança é incrível. Além de um melhor desenvolvimento, as crianças têm um novo comportamento na escola e com a sociedade. Os resultados são visíveis, principalmente com os portadores de autismo. Essas crianças ficam deslumbradas com a vida rural e os cavalos. É um tratamento diferente e muito compensador”, relata.
Simpósio de morfologia
No próximo dia 14 de abril, no Parque de Exposições Ney Braga, em Londrina, ocorre ExpoLondrina 2016. O valor dos ingressos arrecadados para o Simpósio de Preparo e Avaliação Morfológica vai ser destinado ao projeto de equoterapia e equitação lúdica EquoSorriso.
As palestras ficam a cargo de Rafael Pons Suñé, que fala sobre preparo morfológico do cavalo crioulo, e de Alexandre Pons Suñé, que abordará o julgamento de conformação da raça.
“Decidimos realizar esse simpósio em Londrina porque nunca houve um evento desse tipo por aqui. Queremos dar oportunidade para que os criadores locais se aperfeiçoem em relação ao tema e ganhem mais competitividade nas pistas”, conta Rosana.
“Queremos no futuro trazer todas as terapias para o centro, como fonoaudiologia, psicologia e massagem, tirando as crianças do ambiente de consultório e levando para o meio rural”, conclui a coordenadora.
Os ingressos custam R$ 50 por pessoa e podem ser comprados no site. Promovido em parceria com o Núcleo Norte Paranaense de Criadores de Cavalos Crioulos e a Sociedade Rural do Paraná, o evento ainda conta com o apoio da Associação Brasileira de Criadores de Cavalos Crioulos (ABCCC).
