BRF diz que vai se adequar às condições impostas pela União Europeia

Empresa falou ainda que poderá conceder novas férias coletivas em unidades, mas não quis dar um panorama sobre as estratégias para o segundo semestre

Fonte: Facebook/reprodução

Diante do bloqueio às exportações de aves da BRF para a União Europeia, o CEO interino, Lorival Luz, disse em teleconferência nesta sexta-feira, dia 11, que “a companhia vai se adequaràs condições impostas pela UE para atender aos mercados”. Segundo o executivo, a empresa aguarda e monitora as definições do bloco sobre a questão e ainda não existem relatórios finais dos europeus.

No entanto, a BRF já realizou estudos próprios. Assim que os europeus tomarem uma decisão sobre a continuidade dos embarques, “definiremos, junto ao conselho, uma estratégia de crescimento de margem e adequação”, acrescentou.   

No primeiro trimestre de 2018, a receita líquida da categoria “mercado internacional” da BRF recuou 13,7%, a R$ 1,824 bilhão, ante o resultado de R$ 2,113 bilhões registrado em igual período do ano passado, conforme balanço financeiro divulgado na quinta-feira, 10. “No mercado externo, temos o impacto de restrições dos suínos na Rússia e das restrição de frangos para a União Europeia”, justificou Luz.

A pressão do mercado europeu se intensificou em meados de março, com a deflagração da Operação Trapaça (terceira etapa da Carne Fraca) pela Polícia Federal, que desencadeou a suspensão das exportações das três unidades da BRF – Mineiros e Rio Verde, ambas em Goiás, e Carambeí (PR). A investigação apura se a BRF teria adulterado laudos sobre os índices de salmonela em seus produtos para garantir o acesso a determinados mercados.

Ainda sobre os players estrangeiros, o CEO destacou na teleconferência que não existe definição sobre as exportações para a Arábia Saudita, porém a companhia conta com produção suficiente para atender àquele mercado até setembro deste ano, para o período do Ramadã. A discussão envolvendo os sauditas trata sobre o uso do atordoamento das aves antes do abate ser feito, regra que contrariaria os preceitos do abate halal.

Ajustes operacionais

Para o segundo trimestre, Luz afirmou que não poderia dar um perspectiva sobre os negócios da empresa, mas esclareceu que a BRF está preparada tanto para ajustes de demanda quanto de custos. “As férias coletivas adotadas em algumas unidades fazem parte de adequação à demanda”, disse.

A BRF concedeu férias coletivas de 30 dias para parte dos empregados de Rio Verde (Goiás) e Carambeí (Paraná) entre os dias 14 e 21 de maio. Na unidade de Capinzal (Santa Catarina), há férias coletivas a partir de 7 de maio para os trabalhadores da linha de abate de aves. Em Toledo (Paraná), haverá férias a partir de 2 de julho.

“Se precisarmos de outras plantas com férias coletivas, será feito de maneira natural”, acrescentou o executivo. O CEO disse que os cronogramas seguem uma programação de 30 a 90 dias, sem prejuízo aos ciclos produtivos dos alimentos.

“As férias foram definidas não só com base na Europa. Ficamos um período do primeiro trimestre sem esse mercado, mas também houve a questão da Rússia e optamos pela adequação de nossos estoques de produtos prontos”, enfatizou Luz.