Bolsa de Cereais da Argentina reduz estimativa para safra de trigo

Revisão considera os baixos rendimentos dos cultivos nas áreas produtoras mais castigadas pela estiagemA Bolsa de Cereais de Buenos Aires reduziu a estimativa para a safra argentina de trigo 2013/2014 de 10,35 milhões de toneladas para 10,1 milhões de toneladas. A revisão considera os baixos rendimentos dos cultivos nas áreas produtoras mais castigadas pela estiagem, no sudoeste da província de Buenos Aires e ao sul da província de La Pampa.

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Segundo relatório semanal da instituição, divulgado nesta quinta, dia 9, em grande parte da principal região produtora, centro e oeste de Buenos Aires e norte de La Pampa, os rendimentos foram superiores ou confirmaram projeções iniciais da safra. A estimativa da bolsa supera a do Ministério de Agricultura, que disse esperar uma safra de nove milhões de toneladas.
 
A província de Buenos Aires é responsável por quase metade da produção de trigo nacional, e a colheita está praticamente concluída. A bolsa informou que 98% da safra plantada em 3,6 milhões de hectares já foi coletada, um avanço semanal de 13,7 pontos porcentuais.
 
Soja e milho

Apesar do forte calor e da estiagem que castigou a Argentina nas últimas semanas, a bolsa de Buenos Aires manteve as estimativas para as áreas cultivadas com soja – 20,45 milhões de hectares – e com milho – 3,3 milhões de hectares. No caso da soja, a implantação das lavouras atinge 90,9% da área projetada, com um avanço semanal de 3,7 pontos porcentuais, mesmo índice da temporada anterior. 
 
O relatório observa que nos últimos sete dias foram registraram abundantes precipitações nas regiões do Norte e Noroeste, que repõem a umidade superficial e melhoram as condições. No caso do milho, a implantação atingiu 82,8% da área projetada, com um avanço semanal de 5,7 pontos porcentuais e um atraso de mais de cinco pontos na comparação com o ano anterior.
 
A falta de umidade na superfície impediu o produtor de realizar uma adequada implantação do cereal, afirmou o relatório, em referência à estiagem verificada em dezembro, em áreas como o Norte e Noroeste do país, Centro-norte de Santa Fé e Centro-Oeste de Entre Ríos. A Argentina é o terceiro maior produtor e exportador de milho e de soja e primeiro em óleo e farelo de soja.
 
Técnicos da bolsa de cereais de Buenos Aires explicaram que a onda de calor neste início do ano e a estiagem de dezembro afetaram o milho porque chegou em sua fase de desenvolvimento. Mas a soja conseguiu driblar as intempéries climáticas mais severas porque a implantação começou um pouco depois do cereal e a onda de calor pegou a oleaginosa em seu estado vegetativo. 

Agência Estado