Jornal da Pecuária

Boi: tecnologia para pecuária promete retorno 15 vezes maior que o investimento

Plataforma indica melhor momento para comercializar o gado de acordo com o peso do animal e condições de mercado

Fonte: Embrapa/divulgação

Uma nova plataforma para a pecuária de corte promete aumentar o lucro do criador. Além de mostrar o melhor momento para comercializar o gado, levando em conta o peso do animal e as condições do mercado, a tecnologia monitora os bois durante todo o ciclo de confinamento. Em um sistema de engorda, por exemplo, o bovino chega a ser avaliado até 800 vezes.

O coordenador da Cooperativa dos Plantadores de Cana do Estado de São Paulo (Coplacana), Evandro Nasato, explica que utiliza a tecnologia na área de confinamento da empresa há mais de um ano e a plataforma tem dado bons resultados.

Segundo ele, o pecuarista consegue identificar o ponto máximo que o gado consegue dar lucro. Além disso, é possível retirar os animais entre 60 e 70 dias, sem precisar estender o ciclo até 100 dias, onde o criador pode estar pagando uma diária de confinamento poe um período em que o boi não vai dar retorno.

Nos lotes monitorados, o lucro chegou a ser dez vezes maior em relação aos lotes não avaliados.”Nós fizemos um estudo de caso onde, no primeiro ciclo, o pecuarista utilizou o modo convencional e no segundo ciclo usou a plataforma. O resultado foi de animais que deram prejuízo de até R$ 10 sem o acompanhamento. Já com a tecnologia, esses animais tiveram até R$ 450 de lucratividade”, explica Nasato.

Investimento x retorno

O custo varia entre R$ 0,13 e R$ 0,95 por animal, dependendo do pacote escolhido pelo pecuarista. Além disso, o contratante também precisa arcar com a compra da balança e, se necessário, investir em adaptações nas instalações. No entanto, o retorno pode ser alto: para cada R$ 1 investido, o aplicativo promete trazer retorno de R$ 15.

“Em média, os fornecedores calculam de um a dois ciclos de confinamento para pagar o investimento, então o equipamento não é um fator limitante. A gente tem conseguido que o retorno de investimento chegue a quinze vezes”, afirma o diretor da Arroba Tech, Tiago Zanett.

Como funciona

Toda vez que o animal for beber água, por exemplo, ele passa por uma balança para registrar o peso. Além disso, um painel instalado na frente do bebedouro faz a leitura do chip na orelha do boi e marca informações como a idade, sexo, raça e quantidade de dias no confinamento. As informações ficam disponíveis em tempo real e o produtor pode acessar a qualquer momento de um tablet ou celular.

“O animal é pesado na entrada e na saída do confinamento. O que acontece ali é uma espécie de caixa preta que armazena todas as informações. Com essa tecnologia, a gente consegue monitorar cada indivíduo. A informação do peso e da imagem desse animal vai para a nuvem, uma espécie de central com todos os dados. Depois disso, a gente junta isso com informações de mercado e assim a gente consegue tirar o animal no melhor momento econômico, aquele que está dando mais lucro para a operação”, explica Zanett.

O aplicativo também leva em consideração o preço da dieta dos animais para calcular o custo fixo da operação. Em relação à receita do criador, a tecnologia calcula o quanto o gado está ganhando de peso somado ao preço pago pelo frigorífico, assim como o que a indústria bonifica e o que ela desconta.