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Barragem se rompe em Brumadinho (MG) e atinge parte da área rural

Produtora fala que há pessoas desaparecidas. Segundo a Vale, que administra a represa, ainda não há confirmação de feridos

Barragem de Brumadinho rompida
Foto: Divulgação/Corpo de Bombeiros

Uma barragem administrada pela Vale se rompeu na cidade de Brumadinho, próxima a Belo Horizonte (MG), nesta sexta-feira, dia 25. As informações preliminares foram dadas pela Defesa Civil. Uma equipe com técnicos está se dirigindo ao local para avaliar a situação.

Em nota, o Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) informa que o rompimento da barragem VI no Córrego do Feijão envolve 1 milhão de metros cúbicos de rejeito de mineração. “A título de comparação, no desastre de Mariana (MG), o volume da barragem de Fundão era de 50 milhões de m³”, diz.

Segundo a produtora Valéria Carneiro, que faz parte do assentamento na região, parte da área rural foi atingida e há pessoas desaparecidas. O Corpo de Bombeiros confirma 200 desaparecimentos e 4 feridos.

O presidente do Sindicato Rural de Brumadinho, Antônio Figueiredo, afirma que o impacto na área agrícola é pequeno. “Cerca de 30 hectares cultivados, principalmente com produtos hortifrutigranjeiros”, diz. As principais cultura do município são laranja, tangerina e verdura.

A Vale divulgou nota há pouco. “As primeiras informações indicam que os rejeitos atingiram a área administrativa da companhia e parte da comunidade da Vila Ferteco. A Vale acionou o Corpo de Bombeiros e ativou o seu Plano de Atendimento a Emergências para Barragens”, informou.

Brumadinho após rompimento de barragem
Brumadinho após rompimento de barragem – Foto: reprodução/WhatsApp

Segundo a empresa, a prioridade é “preservar e proteger a vida de empregados e de integrantes da comunidade”. O comunicado não explica a causa do rompimento.

Feridos

O Hospital João XXIII, instituição pública vinculada ao estado de Minas Gerais, em Belo Horizonte, informou em nota que acionou seu plano de atendimento para múltiplas vítimas de catástrofes. A iniciativa busca priorizar a assistência aos atingidos pelo rompimento da barragem da Mina Feijão, em Brumadinho, na região metropolitana.

A nota informa que às 15h deram entrada no hospital dois pacientes do sexo feminino trazidos por helicóptero. “Elas estão estáveis, conscientes e passam por avaliação. A diretoria do João XXIII pede que os casos não relacionados a esta tragédia sejam encaminhados para outras unidades de emergência “.

A prefeitura lançou um comunicado em sua conta no Instagram pedindo que os moradores fiquem longe do leito do Rio Paraopeba.

 

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Assunto nacional

O presidente da República, Jair Bolsonaro, publicou no Twitter dizendo que lamenta o ocorrido em Brumadinho e determinou o deslocamento dos Ministros do Desenvolvimento Regional, Meio Ambiente e Minas e Energia, e do Secretario Nacional de Defesa Civil para a região. “Nossa maior preocupação neste momento é atender eventuais vítimas desta grave tragédia.”, escreveu.

Bolsonaro tem intenção de ir a Minas Gerais neste sábado, às 8h, para acompanhar de perto a situação na cidade, informou a assessoria do Planalto. Além disso, o governo montou um Gabinete de Crise para tratar do assunto. O porta-voz da Presidência da República, Otávio do Rêgo Barros, leu uma nota oficial do governo federal a respeito da tragédia.

Nova call to action
“O presidente determinou o imediato estabelecimento de gabinetes para acompanhar evolução da situação, tanto no Palácio do Planalto, quanto no Ministério do Meio Ambiente”, disse o porta-voz. Se a viagem de Bolsonaro se confirmar, ocorrerá um dia antes da ida do presidente para São Paulo, onde se submeterá a uma cirurgia para retirada da bolsa de colostomia.

Segundo o governo estadual, estão a caminho da Mina do Feijão, o secretário de Meio Ambiente e Desenvolvimento Sustentável, Germano Vieira, a secretária de Impacto Social, Elizabeth Jucá, além dos Bombeiros e Defesa Civil. “Ressaltamos que, neste primeiro momento, a principal preocupação é prestar toda a assistência às vítimas”.