Balança comercial tem superávit em julho

Saldo fica positivo em US$ 2,379 bilhões, aumento de 52,2% em relação a julho de 2014 

A balança comercial encerrou o mês de julho com saldo positivo de US$ 2,379 bilhões, valor 52,2% maior que o registrado no ano passado. Os dados são do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC). O resultado é o melhor dos últimos dois anos.

O superávit foi resultado de exportações de US$ 18,526 bilhões,queda de 19,5% em relação a julho de 2014, e importações de US$ 16,147 bilhões, baixa de 24,8% em base anual.

Noacumulado do ano, o Brasil registra superávit de US$ 4,599 bilhões, enquanto no ano anterior houve déficit de US$ 952 milhões. As exportações caíram 15,5%, para US$ 112,854 bilhões, enquanto as importações retraíram 19,5%, para US$ 10,255 bilhões.

Entre os produtos do agronegócio, a exportação de fumo em folhas foi a que mais recuou – baixa de 31,9%, para US$ 179 milhões. Em seguida aparecem os itens açúcar refinado (-31,7%, para US$ 131 milhões), carne bovina (-27,1%, a US$ 417 milhões), café em grão (-22,2%, para US$ 406 milhões) e farelo de soja (-2,8%, para US$ 639 milhões).

Por outro lado, a exportação de milho em grão ficou em primeiro lugar na lista dos principais produtos vendidos ao exterior – 83,8%, para US$ 218 milhões. Entre os produtos do agronegócio que apresentaram avanço nas exportações estão etanol (74,3%, para US$ 100 milhões), carne suína (18,3%, para US$ 149 milhões), suco de laranja não congelado (9,6%, para US$ 127 milhões), carne de frango (2,7%, para US$ 685 milhões) e soja em grão (2,3%, para US$ 3,2 bilhões).

Segundo o MDIC, todos os principais destinos das exportações brasileiras diminuíram suas compras, exceto Oriente Médio, cujas importações subiram 6,5%. Da pauta agropecuária, a região adquiriu principalmente carne de frango e boi, além de soja e milho em grãos.

Os três principais compradores foram: China (US$ 4,101 bilhões, com destaque para açúcar em bruto, couros, peles, óleo de soja em bruto, farelo de soja e algodão em bruto), Estados Unidos (US$ 2,182 bilhões, com diminuição nas compras de café em grão, celulose e soja em grão) e Argentina (US$ 1,211 bilhão, sem que produtos agropecuários se destacassem).

Acumulado

No acumulado de janeiro a julho, as exportações de carne bovina tiveram recuo de 24,1%, acompanhada por soja em grão (-18,4%), óleo de soja em bruto (-17,9%), couros e peles (-16,6%), açúcar bruto (-16,3%), carne suína (-15,0%), farelo de soja (-13,0%), carne de frango (-6,4%) e açúcar refinado. Por outro lado cresceram as vendas de algodão em bruto (29,4%), madeira serrada (19%), café em grão (4,0%), fumo em folhas (2,4%), milho em grão (1,2%) e celulose (0,8%).

Embarques totais de frango batem recorde

O Brasil embarcou ao exterior em julho 447,2 mil toneladas de carne de frango, volume 13% superior às 395 mil toneladas de junho e 17,3% acima das 381,4 mil toneladas de julho de 2014. Os dados, da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), consideram carne in natura, cortes, frango inteiro, processados, salgados e embutidos.

A receita em real atingiu no último mês R$ 2,488 bilhões (+42,4% mais que no mesmo mês de 2014). Já em dólar, recuou 1,7%, para US$ 772,1 milhões.

– Pela primeira vez, superamos a marca de 400 mil toneladas embarcadas em um único mês, ao mesmo tempo em que voltamos a registrar receita cambial superior a US$ 700 milhões – afirmou em nota o vice-presidente de aves da ABPA, Ricardo Santin.

Governo mantém expectativa de alta na exportação de carne em 2015

O MDIC mantém a expectativa de que haja aumento nas exportações de carne bovina em 2015. Nos primeiros sete meses do ano, os embarques do produto acumulam uma queda de 24,1%. O diretor de Estatística e Apoio à Exportação da Secretaria de Comércio Exterior (Secex), Herlon Brandão, acredita que a reversão do quadro pode ser motivada pelo aumento do acesso da carne brasileira no exterior.

– Continua a expectativa do aumento [de exportação] de carne. Teve um desempenho pior no primeiro semestre, mas teve habilitação dos Estados Unidos e China – disse. Ele explicou que o fraco desempenho até agora é explicado pela redução das compras do produto brasileiro pela Rússia no início do ano.