Aves: África do Sul autoriza compra de subprodutos do Brasil

O Ministério da Agricultura do país africano autorizou a importação de farinha de sangue, que é utilizado na produção de ração animal

Fonte: Seagro/TO

O Brasil vai poder exportar, a partir de agora, farinha de sangue de aves para a África do Sul. O subproduto, que é utilizado na produção de ração animal, recebeu aprovação das autoridades sanitárias do país sul-africano na semana passada.

“Essa conquista, após anos de negociação, contribui diretamente para concretização de um dos principais desafios do segmento de subprodutos de origem animal brasileiro, que é alcançar o mercado internacional”, afirmou Odilson Ribeiro e Silva, secretário de relações internacionais do Ministério da Agricultura.

O Brasil tem um grande potencial de crescimento na África do Sul com relação às exportações de produtos para alimentação animal. Atualmente, os principais fornecedores para o mercado sul-africano são a União Europeia, Estados Unidos e China. Em 2017, o Brasil exportou mais de US$ 3 milhões de rações para animais à África do Sul. E mesmo assim ocupa apenas 2% do mercado sul-africano, o qual importou mais de US$ 143 milhões, em 2017, demonstrando a importância da inserção brasileira nesse mercado.

De acordo com o adido agrícola Jesulindo Nery de Souza Junior, da Embaixada do Brasil em Pretória, no país sul-africano, o grande destaque que corrobora com o potencial é o fato da maioria destes produtos gozarem de isenção tarifária de importação no mercado sul-africano. “Isso que certamente favorecerá o produto brasileiro, pela sua competitividade e qualidade comprovada no cenário internacional”.

Junior disse ainda que a abertura desse novo mercado para o produto brasileiro contribui diretamente com o desenvolvimento de uma agricultura ainda mais sustentável, tendo em vista que o produto se origina da reciclagem (processamento) de subprodutos do abate de aves.

Esse tipo de indústria brasileira retira do ambiente aproximadamente 12 milhões de toneladas de subprodutos de origem animal por ano. “Se esse material não fosse reciclado, representaria um grande risco sanitário e ambiental. Porém, com as modernas tecnologias, os subprodutos são reciclados de forma limpa e segura, gerando gorduras, cálcio, fósforo e proteínas, contribuindo de forma decisiva para a sustentabilidade da cadeia de produção de cárneos”.