O gerente de projetos do Banco do Brasil, Álvaro Santa Maria, afirma que o aplicativo evita a troca de números que pode ocorrer quando o produto rural anota as coordenadas. Isso, segundo ele, pode distorcer completamente as informações sobre a área, trazendo problemas no futuro.
“Em vez de anotar num papel cada coordenada marcada, o próprio aplicativo faz isso e já monta o polígono, calculando a área que está financiando e transmite ao banco”, informa Santa Maria.
Com o aplicativo, o produtor pode marcar a região a ser financiada percorrendo a área diretamente no campo, segurando o celular ou o tablet. Outra opção é marcar os pontos no mapa que aparece na tela do aparelho, o que não precisa ser feito in loco.
Se não houver captação de sinal na área, é possível fazer apenas a demarcação no local e depois transmitir os dados para o banco. De acordo com o gerente de projeto, basta apenas indicar as informações da conta e a senha da internet e enviar automaticamente as informações.
A engenheira agrônoma Kayla Goulart, que elabora projetos de financiamento agrícola no Distrito Federal, afirma que teve dificuldades com o aplicativo quando começou a utilizá-lo. Mas agora reconhece que a tecnologia facilita o trabalho.
A lista de documentos exigidos pelos bancos inclui o projeto técnico do produtor, o certificado de cadastro do imóvel rural, a declaração do imposto sobre a propriedade territorial rural, a certidão da matrícula do imóvel e, especificamente no Distrito Federal, a carta de anuência da propriedade, que é aquela de permissão de uso da terra. Já as garantias são negociadas caso a caso entre a instituição financeira e o cliente.
O produtor rural Leomar Cenci cultiva 2,5 mil hectares de grãos no Distrito Federal e já entrou com o pedido para a liberação do pré-custeio. Ele pretende financiar R$ 950 mil, para a compra de insumos, e não acha um inconveniente a necessidade de fornecer dados de georreferenciamento.
A liberação antecipada, diz ele, permite realizar uma compra melhor de insumos. “Você pega um momento em que as fábricas estão um pouquinho folgadas, ociosas, e isso dá uma margem de 10% a 15% na aquisição de adubos”, afirma.