Algodão: em plena colheita, produtor de MT já fala em ampliar área

Clima foi favorável durante o ciclo da cultura, levando a uma perspectiva de alta produtividade

Fonte: Antonio Alencar/Canal Rural

Os produtores de Mato Grosso já deram inicio à colheita de algodão. O clima foi favorável à cultura e a perspectiva de produtividade é tão boa que já tem produtor planejando aumentar a área de plantio no próximo ciclo.

É o caso de Rodrigo Prestes, gerente geral de uma propriedade em Sapezal, no norte do estado. Ele conta que o ciclo da cultura fechou sem perdas e antes do que foi inicialmente previsto. Os números iniciais são animadores. Em um dos talhões da propriedade, Prestes indica que o marcador da colheitadeira mostra produtividade de 275 arrobas por hectare. “E este é um dos que está com expectativa mais baixa. Nós teremos algodão melhor para o final”, diz.

O grupo para o qual Prestes trabalha como gerente cultivou nesta safra cerca de 26.500 hectares de algodão. Com as boas expectativas de mercado, a pretensão é de elevar a área para 30 mil hectares.

A comercialização também não está deixando a desejar. De acordo om o presidente da Associação Mato-grossense dos Produtores de Algodão (Ampa), Alexandre Shankel, a safra já foi iniciada com o mercado mais favorável. “Nós temos muita coisa para exportação, e muita coisa já comercializada para o próprio mercado interno com as trades”, diz.

Neste ano, a área plantada com algodão em Mato Grosso é de 617 mil hectares, praticamente estável em relação à última temporada. A produção deve ser 12,5% maior que a anterior, chegando a 986 mil toneladas de pluma. O custo de produção saiu de mais de R$ 9,2 mil para R$ 9 mil por hectare, queda de 2%. Até o momento, apenas 1,5% da área foi colhida. No mesmo período do ano passado, a colheita estava em quase 4% da área. Mas isso não abala o otimismo dos produtores.

O presidente da Ampa lembra que o clima ajudou muito a produção. “Tivemos um grande ano na questão de umidade e clima, e também com boas práticas para o controle das pragas e doenças, principalmente com o bicudo, que fizeram com que a gente tenha expectativa melhor de produtividade”, conta Alexandre Shenkel.

O presidente do Instituto Brasileiro do Algodão (IBA), Haroldo Rodrigues da Cunha, afirma que a Bahia, outro importante produtor da fibra, também deve ter recorde de produtividade. “E, pelo que estamos vendo, a qualidade também vai ser muito boa”, diz. 

Segundo Cunha, o preço internacional não está se sustentando muito bem, por isso a produtividade se torna ainda mais importante. “Sem a produtividade, sem produção, não adianta você ter preço bom. Este vai ser um ano muito bom”.