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Aldeia Pataxó é evacuada após rompimento de barragem em Brumadinho

De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), as 25 famílias que vivem na aldeia foram levadas para a parte mais alta do município de São Joaquim de Bicas

Rompimento da barragem de brumadinho, em Minas Gerais
Foto: Polícia Militar de Minas Gerais/Divulgação

Uma aldeia Pataxó Hã-hã-hãe precisou ser evacuada após o rompimento de uma barragem da mineradora Vale em Brumadinho, região metropolitana de Belo Horizonte (MG). De acordo com o Conselho Indigenista Missionário (Cimi), as 25 famílias que vivem na aldeia Naô Xohã foram levadas para a parte mais alta do município de São Joaquim de Bicas, onde está localizada a comunidade.

Por meio de nota, o Cimi informou que Brumadinho, São Joaquim de Bicas e Mário Campos formam um conjunto de cidades cortadas pelo Rio Paraopeba, atingido pela lama de rejeitos da barragem por volta das 15h50 desta sexta, dia 25. A aldeia evacuada fica na margem do rio, de onde os Pataxó Hã-hã-hãe retiram sua subsistência.

No comunicado, o Cimi lembrou que, há três anos, a barragem de Fundão, em Mariana se rompia, devastando a bacia do Vale do Rio Doce, deixando 19 mortos e centenas de desalojados. Os rejeitos chegaram até a foz do Rio Doce, no Espírito Santo. Cerca de 126 famílias do povo Krenak vivem espalhadas em sete aldeias às margens do Rio Doce.

“Antes do desastre de Fundão, pescavam, caçavam e viviam abastecidos pela água do rio. Com a poluição gerada pela lama de rejeitos, os Krenak se veem hoje dependentes de recursos estatais e da alimentação comprada em supermercados. Não podem plantar, os animais desapareceram da região e o rio segue inutilizável, em um processo de recuperação que pode levar mais de uma década.”

Ação federal

O governo federal publicou decreto que institui o Conselho Ministerial de Supervisão de Respostas a Desastre para atuar na região de Brumadinho (MG), onde uma barragem de rejeitos da mineradora Vale se rompeu. Por meio de sua conta na rede social Twitter, o presidente Jair Bolsonaro detalhou que o conselho será coordenado pelo ministro da Casa Civil, Onyx Lorenzoni.

A finalidade do conselho, de acordo com o presidente, é acompanhar e fiscalizar as atividades a serem desenvolvidas em decorrência do desastre, além de acompanhar ações de socorro, assistência, restabelecimento de serviços essenciais afetados, recuperação de ecossistemas e reconstrução.

O comitê, segundo Bolsonaro, poderá convidar para reuniões representantes do governo de Brumadinho e do estado de Minas Gerais, de outros órgãos e entidades da administração pública federal, do Ministério Público Federal, da Defensoria Pública da União e da Advocacia-Geral de Minas Gerais, além de representantes de outros estados e municípios eventualmente atingidos.

“Poderão participar ainda integrantes de instituições acadêmicas, pesquisadores e especialistas de áreas técnicas relacionadas aos objetivos do comitê”, concluiu o presidente, no Twitter.