Agricultura

Solução para o frete não pode esperar até janeiro, diz Tereza Cristina

A futura ministra da Agricultura também voltou a defender o projeto de lei que flexibiliza as regras para fiscalização e aplicação de agroquímicos no país e disse que a matéria deve trazer mais transparência para o setor

Tereza Cristina
Foto: Guilherme Martimon/Divulgação

A futura ministra da Agricultura, Tereza Cristina, quer trazer tranquilidade à todos que participam da cadeia produtiva no Brasil. Em entrevista, a atual deputada federal e presidente da Frente Parlamentar Agropecuária (FPA) afirmou que uma das prioridades da pasta durante a sua gestão será discutir a tabela do frete, que criou preço mínimo para o transporte rodoviário de cargas.

“Precisamos tratar esse assunto desde já, não dá para deixar para 1º de janeiro. Está na pauta de prioridades para ser debatida na Frente Parlamentar Agropecuária e com o novo governo. Precisamos achar uma solução e fazer reuniões com caminhoneiros e empresas”, diz.

“Quando começamos um governo, como o do presidente Jair Bolsonaro, que é liberal e quer receber investidores de fora e garantir a segurança jurídica, tenho certeza de que os investimentos chegarão. A agricultura brasileira tão pujante como é hoje precisa de um plano de logística o mais rápido possível. Ferrovias, hidrovias e rodovias precisam participar do plano de transportes do governo federal”, afirmou Tereza Cristina.

Em relação aos contratempos envolvendo a imagem do setor agropecuário brasileiro em outros países nos últimos anos, como a Operação Carne Fraca, Tereza Cristina afirmou que é preciso trabalhar modernizando a área sanidade no Ministério da Agricultura. “Precisamos fazer outras missões no Brasil e mostrar que o país tem uma sanidade de boa qualidade, que podemos responder pelos protocolos que assinamos”, sinalizou a futura ministra.

Comércio internacional e lei dos agroquímicos

A deputada também comentou sobre o comércio exterior e como ficará a relação com os principais parceiros do agronegócio brasileiro, como China e Argentina. “Além disso, o diálogo é fundamental. O presidente tem que dizer claramente qual é a política internacional que ele quer adotar. Em relação à Argentina, ele pediu uma audiência comigo na semana que vem. Com a China, o presidente eleito esteve com o embaixador na semana passada, no Rio de Janeiro, e espero ter a oportunidade de tocar no assunto. Vou conversar também com o ministro Blairo Maggi, que acaba de chegar de uma missão da Ásia. Vamos dar tranquilidade tanto aos exportadores quanto aos importadores”.

Cristina também voltou a defender o Projeto de Lei 6.299, que flexibiliza as regras para fiscalização e aplicação de agroquímicos no país e disse que a matéria deve trazer mais transparência e tecnologia para o setor.

“Isso se resolve com a modernização da lei, a existente tem 30 anos. A nova lei traz mais governança, transparência e um período de tempo para analisar novos registros. São três órgãos que analisam se o produto pode ser utilizado ou não: Meio Ambiente, Agricultura e Anvisa. Se esses processos caminharem juntos e com um prazo, você vai conseguir trazer moléculas mais modernas para o país, com tecnologia, mais seguras do que as usadas atualmente. O PL 6.299 é importante. Fizeram palanque eleitoral em cima da lei e colocarem a população contra ela, que foi envenenada por aqueles que não queriam a aprovação. Terei todo interesse em fazer que essa lei seja aprovada no ano que vem”.

Tereza Cristina finalizou comentando sobre o futuro de institutos de pesquisas voltados para a agricultura brasileira, como por exemplo a Embrapa. “Temos de motivar e dar recursos para a Embrapa pesquisar cada vez mais e continuar a ter seu papel no desenvolvimento do setor”.

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