Soja

Soja: preços caem em Chicago com previsão de maiores estoques globais

Analistas adiantam tendências para o relatório do USDA. Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

soja verde
Foto: Pixabay

Às véspera da divulgação do relatório de oferta e demanda do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), os contratos futuros de soja terminaram a quarta, dia 7, com baixa na Bolsa de Chicago. O cenário de ampla oferta fez com que os operadores buscassem um melhor posicionamento, o que provocou a terceira sessão consecutiva de perdas.

O mercado não sustentou a reação do início do dia, quando a alta do petróleo e a baixa do dólar serviram de pretexto para uma correção.

Projeções

Analistas apostam que o USDA vai indicar safra de 127,26 milhões de toneladas. No relatório anterior, o órgão norte-americano projetava 127,64 milhões de toneladas. A produção do país no ano-safra anterior ficou em 120,05 milhões de toneladas.

O departamento também deve elevar as estimativas de estoques finais americanos e globais para 24,5 milhões de toneladas e 96,9 milhões de toneladas, respectivamente.

Brasil

O mercado doméstico de soja teve mais um dia de poucos negócios e preços estabilizados. Chicago e dólar recuaram, afastando ainda mais os produtores. As atenções se voltam para o plantio no Brasil e o relatório de novembro do USDA.

Soja no mercado físico – por saca de 60 kg

      • Passo Fundo (RS): R$ 83
      • Cascavel (PR): R$ 79
      • Rondonópolis (MT): R$ 74
      • Dourados (MS): R$ 76
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 85
      • Porto de Rio Grande (RS): R$ 87
      • Porto de Santos (SP): R$ 86
      • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 86
      • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

        • Novembro/2018: US$ 8,67 (-4,25 cents)
        • Janeiro/2019: US$ 8,79 (-4,75 cents)

Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com baixa de US$ 3,40 (-1,09%), sendo negociada a US$ 308,00 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 28,20 centavos de dólar, com alta de 0,30 centavo ou 1,07%.


Milho

O milho também terminou a quarta-feira com os preços em queda. Na Bolsa de Chicago, o mercado manteve o tom negativo, avaliando o aumento da oferta norte-americana com o avanço da colheita no país. O foco segue no relatório do USDA.

A previsão de analistas e traders é que a safra dos EUA em 2018/2019 possa atingir 14,711 bilhões de bushels, abaixo dos 14,778 bilhões de bushels indicados em outubro. Na temporada anterior o país atingiu 14,604 bilhões de bushels.

O total produzido é um reflexo da produtividade, que deve ser reduzida de 180,7 bushels por acre para 180 bushels no relatório desta quinta.

A expectativa é de que os estoques de passagem da safra 2018/2019 dos Estados Unidos sejam apontados em 1,781 bilhão de bushels, abaixo dos 1,813 bilhão de bushels estimados no relatório de outubro. Já o volume armazenado no mundo deve ser elevado, saindo de 158,6 milhões de toneladas para 159,4 milhões de toneladas.

Brasil

Preços internos pouco alterados nesta quarta-feira. Segundo o consultor de analista de Safras & Mercado Paulo Molinari, de modo geral “as ofertas estão menores nas regiões de comercialização, mas ainda sem termos altas significativas resultantes disso”, diz.

Milho no mercado físico – por saca de 60 kg

      • Rio Grande do Sul: R$ 39
      • Paraná: R$ 32
      • Campinas (SP): R$ 37
      • Mato Grosso: R$ 22
      • Porto de Santos (SP): R$ 36
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 35,50
      • São Francisco do Sul (SC): R$ 35,50
      • Veja o preço do milho em outras regiões

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

        • Dezembro/2018: US$ 3,72 (-1cent)
        • Março/2019: US$ 3,83 (-1,50 cent)

Café

Dia de preços bem mais altos na Bolsa de Nova York. Após as perdas acentuadas dos últimos dias, o mercado do café arábica apresentou um movimento de correção técnica. A recuperação veio escorada na queda do dólar contra o real e outras moedas.

O mercado está buscando essa acomodação entre US$ 1,10 e US$ 1,20 a libra-peso, mostrando suporte quando cai e resistência quando tenta romper esse teto. Os fundamentos baixistas, com ampla oferta global, limitam avanços mais significativos.

Bolsa de Londres

O robusta se valorizou nesta quarta-feira. Em mais uma sessão volátil, o mercado seguiu a recuperação técnica apresentada pelo arábica em NY, apontam traders.

Após as recentes sessões de perdas, os contratos do robusta ficaram sujeitos à correção, estimulada pelos ganhos da outra variedade.

Brasil

O mercado interno terminou com preços mais altos. As cotações avançaram sustentadas pela valorização do arábica na Bolsa de Nova York e do robusta em Londres, apesar da queda do dólar. Os negócios foram mais movimentados, com alguns produtores aproveitando a alta para negociar.

Café no mercado físico – por saca de 60 kg

        • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 440 a R$ 445
        • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 445 a R$ 450
        • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 370 a R$ 375
        • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 328 a R$ 335
        • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – por libra-peso

          • Dezembro/2018: US$c 115,60 (+2,35 cents)
          • Março/2019: US$c 119,45 (+1,80 cents)

Café robusta na Bolsa de Londres (Liffe) – por tonelada

          • Novembro/2018: US$ 1.667 (+US$ 16)
          • Janeiro/2019: US$ 1.687 (+US$ 18)

Boi gordo

O ritmo lento das negociações manteve os preços da arroba estáveis em várias praças do país, aponta a Scot Consultoria. Nesta quarta, dia 7, as oscilações foram pequenas. “Sem o motor do consumo interno ajudando a impulsionar as cotações, o mercado fica amarrado entre a comedida oferta de bois e a dificuldade de escoamento da carne”, explicam analistas.

Em São Paulo, as ofertas de compra não estão alinhadas, o que sinaliza que os frigoríficos estão adotando estratégias diferentes. Alguns mais cautelosos estão com escalas prontas até a quarta semana do mês, isso porque devido ao alto grau de incerteza e especulação acerca dos preços para as próximas semanas (quando historicamente há recuperação de preços), eles optam por se “protegerem”.

Outras indústrias apostam na manutenção da oferta de animais terminados no decorrer do mês e preferem não trabalhar com escalas maiores que três ou quatro dias.

De qualquer maneira, as ofertas de compra não são intensas, diz a Scot. Diante disso, em pleno período de sazonal alta nos preços, o cenário, por ora, é de mercado frouxo, aguardando o aquecimento do consumo.

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

          • Araçatuba (SP): R$ 148
          • Triângulo Mineiro (MG): R$ 141
          • Goiânia (GO): R$ 137
          • Dourados (MS): R$ 145
          • Mato Grosso: R$ 130,50 a R$ 133
          • Marabá (PA): R$ 132
          • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,55 (kg)
          • Paraná (noroeste): R$ 149,50
          • Sul (TO): R$ 134
          • Veja a cotação na sua região

Dólar e Ibovespa

O dólar encerrou o pregão desta quarta-feira, dia 7, com queda de 0,5%. Após duas sessões consecutivas em alta, a moeda norte-americana se desvalorizou e terminou cotada a R$ 3,7395 para venda.

De acordo com a consultoria Safras & Mercado, a mistura de otimismo com o cenário externo e cautela com o interno fez com que o dólar tivesse um dia de grande volatilidade, operando entre os campos positivo e negativos por diversas vezes até encerrar a sessão com recuo.

O que pesou internamente foi o momento de transição do governo. “Estamos passando por um momento de acertos e desacertos com quem vai assumir e isso pesou no câmbio”, afirmou o gerente de câmbio da Treviso Corretora de Câmbio, Reginaldo Galhardo.

A derrota do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, nas eleições legislativas trouxe otimismo ao mercado externo. Para Galhardo, o líder norte-americano perdeu a comodidade que tinha no Congresso. “Agora fica a dúvida se ele conseguirá implementar tudo que vinha falando, como as brigas com a China e outros países”, diz.

Galhardo prevê que a moeda norte-americana seguirá apresentando volatilidade diante das incertezas políticas no Brasil amanhã. “Qualquer discurso na política pode mudar a direção do mercado para cima ou para baixo, então seguiremos vendo volatilidade, mas com o câmbio girando na casa que está hoje, perto dos R$ 3,70”, conclui.

O Banco Central manteve as operações tradicionais de swap cambial, sem efetuar leilões extraordinários para venda futura da moeda norte-americana.

O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechou em baixa de 1,08%, com 87.714 pontos. As ações da Petrobras acompanharam a tendência de queda, encerrando o pregão com menos 2,98%.


Previsão do tempo para quinta-feira, dia 8

Sul

A frente fria se afasta, e a chance para chover diminui ainda mais em todos os estados da região. A chuva fraca e as temperaturas baixas ocorrem nas áreas litorâneas e municípios próximos de Santa Catarina e do Paraná, por causa da circulação dos ventos de uma alta pressão atmosférica que está no oceano.

No extremo norte paranaense, a chuva é isolada e pode ocorrer a qualquer momento. Em todas as demais áreas o sol predomina, com poucas nuvens e as temperaturas sobem no oeste dos estados. Atenção para as rajadas de vento acima dos 60 km/h pela faixa sul e leste da região.

Sudeste

O tempo segue instável pelo Sudeste, por causa de uma frente fria na altura do Espírito Santo. Há risco para chuva volumosa no Rio de Janeiro, em Minas Gerais e no próprio Espírito Santo, com volumes que podem chegar aos 120 mm acumulados.

No interior de São Paulo, há risco para ventos moderados, porém a chuva é bem isolada e com volume baixo, exceto na metade norte, onde o risco para chuva volumosa continua.

Por causa do aumento da nebulosidade, as temperaturas diminuem em toda região, e a sensação chega a ser de frio na faixa leste paulista e no interior de Minas Gerais.

Centro-Oeste

A chuva ganha intensidade, e os volumes são ainda mais expressivos em Goiás, no norte de Mato Grosso do Sul e em Mato Grosso. Isso deixa o solo bastante encharcado nesses estados.

Na metade sul de Mato Grosso do Sul, a condição ainda é para tempo firme. As temperaturas continuam mais baixas.

Nordeste

A chuva perde intensidade no interior do Nordeste, porém ainda há muita nebulosidade e condição para chover ao longo do dia. As temperaturas sobem um pouco mais que no dia anterior, mesmo assim o calor não chega a ser extremo.

O tempo volta a ficar firme entre o norte da Bahia e o norte do Piauí, assim como acontece sobre as áreas do litoral norte.

Norte

A chuva perde intensidade no Tocantins, no Acre e em Rondônia, mesmo assim ainda são esperadas pancadas ao longo do dia, com potencial para trovoadas, além do elevado volume de água no sul tocantinense.

Nas demais áreas, a chuva é isolada e com acumulados menos significativos. No leste do Amapá, o tempo volta a ficar firme.