Soja

Soja: China cancela encontro com EUA e preços abrem semana em queda

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), os contratos futuros da soja encerraram esta segunda-feira, dia 24, com preços em queda.  O mercado foi pressionado pela intensificação do conflito comercial entre China e Estados Unidos e pela perspectiva de safra recorde a ser colhida pelos norte-americanos. Os contratos negociados em novembro de 2018 encerraram as operações no patamar de US$ 8,41, desvalorização de 0,73%

A China cancelou negociações comerciais com os Estados Unidos e não enviará o vice-premiê Liu He para Washington na próxima semana, informou o Wall Street Journal.  De acordo com o jornal, uma delegação iria viajar para Washington antes da visita de Liu, mas agora isso não vai acontecer.

Pouco depois de as novas taxas entrarem em vigor, a China acusou os EUA de adotarem “intimidação comercial” e disse que está ameaçando outros países para se submeterem a suas vontades, afirmou a agência de notícias oficial Xinhua, reiterando a disposição da China de lutar se necessário.

Pequim também disse que está disposta a retomar as negociações comerciais com os EUA, se as conversas forem “baseadas em respeito mútuo e  igualdade”, disse a Xinhua, citando um documento sobre a disputa publicado pelo Conselho de Estado da China.

As tarifas dos EUA sobre US$ 200 bilhões em produtos chinesas e as taxas retaliatórias de Pequim sobre US$ 60 bilhões em produtos dos EUA entraram em vigor nesta segunda-feira, embora as taxas não sejam tão altas quanto se esperava inicialmente.

Os EUA aplicarão inicialmente tarifas de 10%, subindo para 25% no final de 2018. Pequim impôs taxas de 5% a 10% e alertou que responderá a qualquer aumento nas tarifas dos EUA sobre produtos chineses de forma correspondente. Os dois lados já haviam adotado tarifas sobre US$ 50 bilhões em produtos um do outro.

Várias rodadas de negociações comerciais entre os dois países nos últimos meses não tiveram grandes avanços, e tentativas de marcar outra reunião nas próximas semanas falharam. Uma autoridade da Casa Branca disse na semana passada que os EUA continuarão a acionar a China, mas acrescentou que não há data para mais negociações.

Já os exportadores privados norte-americanos reportaram ao Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) a venda de 162.000 toneladas de soja para  destinos não revelados. O produto será entregue na temporada 2018/2019.

As inspeções de exportação norte-americana de soja chegaram a 693.890 toneladas na semana encerrada no dia 20 de setembro, conforme relatório semanal divulgado pelo USDA. Na semana anterior, as inspeções haviam atingido 786.268 toneladas.

No ano passado, em igual período, o total fora de 1.036.653 toneladas. No acumulado do ano-safra, iniciado em 1 de setembro, as inspeções estão em 2.313.803 toneladas, contra 3.076.382 toneladas no acumulado do ano-safra anterior.

No Brasil 

O mercado brasileiro de soja teve um dia de poucos negócios e de preços apresentando apenas pequenas oscilações. A alta do dólar foi compensada pela queda nos contratos futuros na Bolsa de Chicago.

Soja no mercado físico – saca de 60 kg

  • Passo Fundo (RS): R$ 89,50
  • Cascavel (PR): R$ 89,50
  • Rondonópolis (MT): R$ 81
  • Dourados (MS): R$ 83
  • Porto de Paranaguá (PR): R$ 96
  • Porto de Rio Grande (RS): R$ 94,50
  • Porto de Santos (SP): R$ 95
  • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 94,50
  • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel

    • Novembro/2018: US$ 8,41 (-6,25 cents)
    • Janeiro/2019: US$ 8,55 (-6 cents)

Milho

O mercado brasileiro de milho registrou preços pouco alterados nesta segunda-feira. Segundo o analista de Safras & Mercado Paulo Molinari, entretanto, o mercado ainda segue lento na comercialização, com menor pressão para baixas.

Mercado internacional

A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou com preços mais altos. O mercado buscou suporte nos sinais de boa demanda para o milho norte-americano.

As inspeções de exportação norte-americana de milho chegaram a 1.263.310 toneladas na semana encerrada no dia 20 de setembro, conforme relatório semanal divulgado pelo USDA.

Na semana anterior, haviam atingido 1.035.928 toneladas. Em igual período do ano passado, o total inspecionado foi de 779.971 toneladas. No acumulado do ano-safra, iniciado em 1o de setembro, as inspeções somam 2.997.759 toneladas, contra 2.145.906 toneladas no acumulado do ano-safra anterior.

Os contratos de milho com entrega em dezembro fecharam a US$ 3,60 1/4, ganho de 3,25 centavos de dólar, ou +0,9%, em relação ao fechamento anterior. A posição março de 2019 fechou a US$ 3,72 1/2 por bushel, alta de 3,25 centavos de dólar, ou +0,88%, em relação ao fechamento anterior.

Milho no mercado físico – saca de 60 kg

      • Rio Grande do Sul: R$ 43
      • Paraná: R$ 35,50
      • Campinas (SP): R$ 40,50
      • Mato Grosso: R$ 28
      • Porto de Santos (SP): R$ 39,50
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 39,50
      • São Francisco do Sul (SC): R$ 39,50
      • Veja o preço do milho em outras regiões

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel

      • Dezembro/2018: US$ 3,57 (+4,75 cents)
      • Março/2019: US$ 3,69 (+4,5 cents)

Café

Em Nova York, as operações da Bolsa de Mercadorias (Ice Futures US) para o café arábica encerraram o dia  com preços mais baixos.  A sessão foi volátil neste começo de semana e Nova York voltou a ter perdas significativas, ante o dólar em alta contra o real no Brasil. Os fundamentos também foram observados, com a oferta tranquila para os consumidores.

Depois da colheita de uma safra recorde no Brasil, neste último trimestre  do ano chegam as safras de outras importantes origens, como Colômbia e Vietnã, que virão com boas colheitas também. Assim, NY não consegue manter um tom de recuperação e voltou a fechar abaixo da linha de US$ 1 a libra-peso.

Londres

Na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres,  as operações com o café robusta encerraram com preços em alta.

Em mais uma sessão volátil, em que Londres teve perdas em parte da sessão, houve recuperação técnica. A valorização do petróleo estimulou o movimento na ponta compradora para o robusta em Londres.

Brasil

O mercado brasileiro de café teve uma segunda-feira de preços mais baixos. As cotações recuaram diante da baixado arábica na Bolsa de Mercadorias de Nova York. Houve até maior procura em algumas regiões, mas a bases mais baixas de preços por parte dos compradores.

Café no mercado físico – saca de 60 kg

    • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 400 a R$ 405
    • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 405 a R$ 410
    • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 340 a R$ 345
    • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 315 a R$ 320
    • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – libra-peso

      • Dezembro/2018: 98,50 (-1,4 cent)
      • Março/2019: 101,90 (-1,4 cent)

Café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) – tonelada

      • Novembro/2018: US$ 1.513 (+US$ 24)
      • Janeiro/2019: US$ 1.507 (-US$ 14)

Boi gordo

A pouca oferta de boiadas associada à menor disposição dos vendedores nesta segunda deixou o mercado preocupado, segundo avaliação da Scot Consultoria.

Em São Paulo, as escalas de abate atendem, em média, três dias e a dificuldade de preenchê-las fez com que os frigoríficos fossem mais agressivos. No levantamento desta segunda, a arroba do boi gordo subiu R$ 0,50 frente à sexta-feira, dia 21, e está cotada em R$ 151,50, à vista, livre de Funrural.

Com os estoques da matéria-prima mais enxutos, o preço da carcaça bovina subiu no atacado. A referência para o boi casado de animais castrados está em R$ 10,05 por kg. É a maior cotação desde setembro de 2016, em valores nominais, de acordo com a Scot.

A expectativa é que o ritmo de venda de carne seja maior que o da compra de boiadas em função do abastecimento do varejo, sinal de mercado firme para a cotação da arroba do boi gordo e da carne bovina.

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

      • Araçatuba (SP): R$ 151,50
      • Triângulo Mineiro (MG): R$ 145
      • Goiânia (GO): R$ 138
      • Dourados (MS): R$ 146
      • Mato Grosso: R$ 129 a R$ 134
      • Marabá (PA): R$ 137
      • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,35 (kg)
      • Paraná (noroeste): R$ 148
      • Sul (TO): R$ 138
      • Veja a cotação na sua região

Dólar e Ibovespa

O dólar comercial fechou o pregão desta segunda-feira com negociações em alta de 0,98%, cotado a R$ 4,086 para compra e a R$ 4,088 para venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 4,037 e a máxima de R$ 4,097.

O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), terminou o primeiro pregão da semana em baixa de 1,84%, com 77.984 pontos. A tendência de queda dominou os papéis das empresas de grande porte. Petrobras recuou 0,70%, Vale fechou em baixa de 0,98%, Bradesco com perdas de 2,67% e Usiminas desvalorizadas em 2,83%.


Previsão do tempo para terça-feira, 25

Sul

Os temporais continuam pelo Rio Grande do Sul e oeste de Santa Catarina. No Paraná e nas outras áreas de Santa Catarina, a intensidade das chuvas diminui, mas ainda elas aparecem em forma de pancadas mais isoladas e sem risco para eventuais transtornos, como ocorrido nos dias anteriores.

O tempo firme começa a tomar conta do leste do Paraná, e não há previsão de chuva na capital. As temperaturas tendem ser mais baixas no Rio Grande do Sul, se comparadas com as do dia anterior, devido ao tempo fechado. Em Santa Catarina e Paraná, as tardes continuam agradáveis.

Sudeste

Uma massa de ar seco predomina sobre o Sudeste e será mais um dia de temperaturas elevadas e tempo firme. Volta a chover apenas no extremo norte do Espírito Santo.

Os níveis de umidade relativa diminuem em horários de pico do sol, mantendo os cuidados e precauções com queimadas e hidratação.

Centro-Oeste

As chuvas se concentram por praticamente todo Mato Grosso e oeste de Mato Grosso do Sul. Em Goiás, não há condições de precipitação. O calor segue excessivo, com umidade relativa do ar baixa.

Nordeste

As chuvas seguem do litoral da Bahia ao Rio Grande do Norte e retorna para o norte do Maranhão, mas com baixo acumulado e precipitações dispersas.

Nas demais localidades, o sol aparece, e os valores dos termômetros sobem.

Norte

As precipitações vêm acompanhadas de trovoadas, mas sem grandes transtornos. Chove em toda a região Norte, exceto no Tocantins. As temperaturas seguem elevadas.