Soja

Queda no dólar faz saca de soja se desvalorizar R$ 3 nos portos

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

grãos de soja
Foto: Pixabay

A soja começa a semana com preços mais baixos após dia misto na Bolsa de Chicago. A queda do dólar acabou pesando sobre as cotações da oleaginosa no Brasil. Com isso, a segunda-feira foi morosa na comercialização, sem negócios, de acordo com a Safras & Mercado.

Cotação externa

Os contratos futuros negociados em Chicago fecharam perto da estabilidade. O mercado teve um dia volátil, em que os operadores optaram por se posicionar frente ao relatório de outubro do Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA), que será divulgado na quinta, dia 11.

A aposta do mercado é de um relatório baixista. As perdas foram contrabalançadas pela previsão de chuvas para o Meio-Oeste dos Estados Unidos, que poderia atrasar a colheita da safra.

Analistas consultados pelas agências internacionais apostam que o USDA indicará safra de 128,6,8 milhões de toneladas. No relatório anterior, a estimativa era de 127,7 milhões de toneladas. Em 2017/2018, a produção americana ficou em 119,5 milhões de toneladas. Para os estoques finais americanos em 2018/2019, o mercado aposta em número de 23,4 milhões de toneladas, contra 22,99 milhões projetados no relatório de setembro.

Os estoques globais para 2017/2018 deverão ser cortados de 94,7 milhões para 95,4 milhões de toneladas. Para 2018/2019, a aposta é de um número próximo a 109,4 milhões, contra 108,3 milhões de toneladas do relatório de agosto.

Soja no mercado físico – por saca de 60 kg

  • Passo Fundo (RS): R$ 86,50
  • Cascavel (PR): R$ 84,50
  • Rondonópolis (MT): R$ 76,50
  • Dourados (MS): R$ 82
  • Porto de Paranaguá (PR): R$ 91,50
  • Porto de Rio Grande (RS): R$ 91
  • Porto de Santos (SP): R$ 91,50
  • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 90,50
  • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

    • Novembro/2018: US$ 8,69 (+0,75 cents)
    • Janeiro/2019: US$ 8,83 (+0,50 cents) 

Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com perda de US$ 1,10 (0,34%), sendo negociada a US$ 318,50 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 29,64 centavos de dólar, com alta de 0,23 centavo ou 0,78%.


Boi gordo

Segunda-feira é dia de analisar as vendas de carne e os estoques para traçar a estratégia de compra que será adotada ao longo da semana, segundo a Scot Consultoria, por isso muitos frigoríficos ficaram fora do mercado.

Compradores pressionando o mercado ofertando preços abaixo da referência é outra estratégia comum no início da semana. E este é o cenário em São Paulo. No fechamento, o preço do boi gordo caiu e a arroba ficou cotada em R$150, à vista, livre de Funrural. As escalas de abate estão programadas para a semana.

Em Mato Grosso do Sul a conjuntura é outra, por lá é feriado também no dia 11 (criação do estado) e com dois dias a menos de funcionamento parte das indústrias está ativa nos negócios e os preços estão firmes.

Com a cotação do boi gordo perdendo embalo e os preços da carne bovina sem osso sustentados no mercado atacadista, a margem das indústrias que vendem os cortes desossados é a mais alta dos últimos 30 dias, 19,7%, colando na média histórica.

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

      • Araçatuba (SP): R$ 150
      • Triângulo Mineiro (MG): R$ 145
      • Goiânia (GO): R$ 142
      • Dourados (MS): R$ 146,50
      • Mato Grosso: R$ 131 a R$ 135
      • Marabá (PA): R$ 136
      • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,50 (kg)
      • Paraná (noroeste): R$ 151
      • Sul (TO): R$ 138
      • Veja a cotação na sua região

Milho

Em Chicago, o grão fechou com preços mais baixos. O mercado monitora o clima nos Estados Unidos para o avanço da colheita. Os investidores também entraram em compasso de espera para o relatório de oferta e demanda de outubro, que será divulgado no dia 11.

A previsão de analistas e traders consultados por agências internacionais é que a safra dos Estados Unidos em 2018/2019 possa atingir 14,851 bilhões de bushels, acima dos 14,827 bilhões de bushels indicados em setembro.

A produtividade média da safra norte-americana em 2018/19 deve alcançar 181,8 bushels por acre, acima dos 181,3 bushels por acre indicados em setembro.

A expectativa é de que os estoques de passagem da safra 2018/19 dos Estados Unidos sejam apontados em 1,932 bilhão de bushels, acima dos 1,774 bilhão de bushels estimados no relatório de setembro.

Para a temporada 2018/2019, analistas estimam que o USDA possa indicar estoques finais globais de 159,2 milhões de toneladas, acima das 157 milhões de toneladas apontados em no mês passado.

No Brasil

Dia de preços mais baixos, principalmente nos portos, com a queda forte do dólar. “A semana inicia com o choque causado pela valorização do real. A paridade voltou a flertar com a linha dos R$ 3,70/US$ 1,00, e as indicações no porto apresentaram queda substancial”, comenta o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.

Milho no mercado físico – por saca de 60 kg

      • Rio Grande do Sul: R$ 44
      • Paraná: R$ 35
      • Campinas (SP): R$ 38,50
      • Mato Grosso: R$ 27
      • Porto de Santos (SP): R$ 36
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 36
      • São Francisco do Sul (SC): R$ 36
      • Veja o preço do milho em outras regiões

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

      • Dezembro/2018: US$ 3,66(-1,75 cents)
      • Março/2019: US$ 3,78 (-1,505 cents)

Café

O mercado brasileiro teve uma segunda de preços estáveis. A forte alta do arábica na Bolsa de Nova York foi compensada pelo tombo do dólar. Com isso, os exportadores não alteraram suas bases de preço e o vendedor recuou, travando o mercado. O dia foi de poucos negócios.

Nova York

As cotações do arábica em NY dispararam diante da queda do dólar contra o real no Brasil, em meio ao resultado do primeiro turno das eleições presidenciais no país. Fatores técnicos contribuíram para a forte valorização, com o mercado subindo e rompendo resistências, o que acelerou o movimento altista.

Segundo o consultor de Safras & Mercado Gil Barabach, a posição dezembro venceu o importante parâmetro de 100 períodos e busca consolidar um novo patamar de atuação, alterando por consequência o status de longo prazo do mercado. “A queda do dólar frente ao real serviu de apoio para a subida do arábica. A moeda norte-americana repercute o desempenho de Jair Bolsonaro no primeiro turno das eleições. Os próximos objetivos de alta são os gráficos em 113,50 e 116,50 centavos de dólar, dando continuidade ao movimento corretivo”, aponta Barabach.

Ele faz um alerta, entretanto, pois o mercado perdeu força de alta e ensaia acomodação, “desenhando, inclusive, uma figura de reversão (estrela cadente). E isso pode estimular novas vendas. Nesse sentido, cuidado com a média de 100 períodos e o suporte de 110 centavos. A perda dessas linhas pode reativar ordens de venda e acelerar o movimento”, adverte.

Londres

Na bolsa inglesa, o robusta terminou esta segunda com preços acentuadamente mais altos. Segundo traders, o mercado acompanhou a valorização do arábica em NY.

A queda do dólar contra o real no Brasil puxou para cima as cotações do arábica e também do robusta em Londres.

Café no mercado físico – por saca de 60 kg

    • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 425 a R$ 430
    • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 430 a R$ 435
    • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 355 a R$ 360
    • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 320 a R$ 325
    • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – por libra-peso

      • Dezembro/2018: US$c 111,85 (+2,9 cents)
      • Março/2019: US$c 115,35 (+2,95 cents)

Café robusta na Bolsa de Londres (Liffe) – por tonelada

      • Novembro/2018: US$ 1.684 (+US$ 29)
      • Janeiro/2019: US$ 1.700 (+US$ 30)

Dólar e Ibovespa

A cotação da moeda norte-americana encerrou o primeiro pregão da semana com forte queda, apontando recuo de 2,35%, cotado a R$ 3,7662 para venda. O valor é o menor desde 8 de agosto, quando chegou a R$ 3,7658.

O Banco Central abriu a semana com os leilões tradicionais de swaps cambiais (equivalentes à venda de dólares no mercado futuro), sem ofertas extraordinárias de venda futura do dólar.

O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechou a segunda-feira, dia 8, em alta de 4,57%, com 86.083 pontos, puxadas por uma valorização dos papéis da Petrobras que subiram 10,85%. O índice representa a maior alta diária desde 2016.


Previsão do tempo para terça-feira, dia 9

SUL

Um sistema de baixa pressão atmosférica que traz umidade da Amazônia continua influenciando a região, além de uma frente fria que causa mais instabilidades sobre o Rio Grande do Sul. A chuva continua nos três estados, com acumulados mais expressivos no oeste de Santa Catarina e Paraná e também sobre o noroeste do Rio Grande do Sul.

Nas demais áreas, o tempo fica fechado e com possibilidade para pancadas de chuva a qualquer hora. No oeste do Paraná e norte de Santa Catarina não se descarta a chance para queda de granizo. As temperaturas se elevam apenas pela metade sul do Rio Grande do Sul e norte do Paraná.

No centro e leste de Santa Catarina e leste do Paraná, as temperaturas ficam baixas e sem muitas variações, por causa do tempo nublado com chance para pancadas de chuva.

SUDESTE

O tempo segue firme na metade norte de Minas Gerais e abrange todo o Espírito Santo. Nessas áreas, faz muito calor por conta do tempo aberto. No oeste paulista tem previsão de chuva forte, rajada de vento e até risco para queda de granizo.

Nas demais áreas do Sudeste, as pancadas ocorrem de forma isolada.

CENTRO-OESTE

Há risco para novos temporais no sul de Mato Grosso do Sul, especialmente na divisa com o Paraná pela presença de uma área de baixa pressão atmosférica na altura do Paraguai. Nas demais áreas do Centro Oeste, também pode chover, mas de forma pouco expressiva, devido ao calor e à umidade da região.

NORDESTE

O sol predomina em praticamente todo Nordeste. As condições para chuva continuam restritas a pequenas porções do litoral, de forma rápida pela manhã, e em algumas cidades do oeste da região, à tarde, isoladamente.

NORTE

A combinação de calor e umidade ainda favorece a formação de instabilidades em praticamente todo o norte, especialmente em áreas do oeste da região.