Soja

Chicago: soja cai mais de 1% às vésperas de relatório do USDA

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

Foto: Gilberto Marques/A2img

O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) divulga nesta quinta, dia 11, o relatório de oferta e demanda. A expectativa do mercado pela confirmação de ampla oferta da safra norte-americana pressionou as cotações da soja na Bolsa de Chicago, que fecharam em baixa de mais de 1% nos principais contratos nesta quarta, dia 10. As operações com data de vencimento em novembro, por exemplo, tiveram queda de 1,24%, atingindo US$ 8,52 por bushel.

Outro fator que exerceu pressão sobre os contratos futuros foi, mais uma vez, a guerra comercial entre os EUA e a China. O presidente Donald Trump reiterou que os norte-americanos podem impor novas tarifas em mais US$ 267 bilhões de importações chinesas, caso Pequim retalie a recente tarifação norte-americana.

Expectativas do mercado

Analistas consultados pelas agências internacionais apostam que o USDA indicará safra de 128,8 milhões de toneladas. No relatório anterior, a estimativa era de 127,7 milhões de toneladas. Em 2017/2018, a produção americana ficou em 119,5 milhões de toneladas.

Para os estoques finais americanos em 2018/2019, o mercado aposta em número de 23,4 milhões de toneladas, contra 22,99 milhões projetados no relatório de setembro.

Os estoques globais para 2017/2018 deverão ser cortados de 94,7 milhões para 95,4 milhões de toneladas. Na safra seguinte, a aposta é de um número próximo a 109,4 milhões, contra 108,3 milhões de toneladas do relatório de agosto.

Preços domésticos

As cotações da oleaginosa no Brasil tiveram poucas alterações. A volatilidade no mercado futuro e no câmbio travou as negociações e trouxe dificuldades para um melhor direcionamento.

Soja no mercado físico – por saca de 60 kg

  • Passo Fundo (RS): R$ 86,50
  • Cascavel (PR): R$ 85
  • Rondonópolis (MT): R$ 76
  • Dourados (MS): R$ 81
  • Porto de Paranaguá (PR): R$ 91,50
  • Porto de Rio Grande (RS): R$ 91
  • Porto de Santos (SP): R$ 91,50
  • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 90,50
  • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

    • Novembro/2018: US$ 8,52 (-10,75 cents)
    • Janeiro/2019: US$ 8,66 (-10,75 cents) 

Nos subprodutos, a posição dezembro do farelo fechou com perda de US$ 2,10 (0,66%), sendo negociada a US$ 315,70 por tonelada. No óleo, os contratos com vencimento em dezembro fecharam a 28,93 centavos de dólar, com baixa de 0,33 centavo ou 1,12%.


Milho

O grão encerrou a quarta com preços mais baixos na Bolsa de Chicago. O mercado foi pressionado pelo indicativo de uma safra de milho cheia nos Estados Unidos, o que poderá ser confirmado no relatório de oferta e demanda de outubro. O bom avanço da colheita no pais também influenciou negativamente.

O USDA divulgou na terça, dia 9, relatório sobre a evolução da colheita das lavouras de milho. Até 7 de outubro, a área colhida estava em 34%. Em igual período do ano passado o índice era de 21%. A média para os últimos cinco anos é de 26%.

A previsão de analistas e traders consultados por agências internacionais é que a safra dos Estados Unidos em 2018/2019 possa atingir 14,851 bilhões de bushels, acima dos 14,827 bilhões de bushels indicados em setembro.

A expectativa é de que os estoques de passagem da safra 2018/2019 dos EUA sejam apontados em 1,932 bilhão de bushels, acima dos 1,774 bilhão de bushels estimados no relatório de setembro.

No Brasil

O quadro cambial segue preponderante para avaliar o comportamento do mercado do milho no decorrer desta semana. O primeiro aspecto foi a alteração dos prêmios nos portos no disponível, se equiparando aos valores praticados no Golfo e na Argentina. “Com isso, as indicações de compra cederam de maneira substancial. Sem uma competição acirrada com os portos, os principais consumidores domésticos passaram a atuar de maneira mais discreta no mercado, pressionando as cotações”, aponta o analista de Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias.

Milho no mercado físico – por saca de 60 kg

      • Rio Grande do Sul: R$ 43
      • Paraná: R$ 34,50
      • Campinas (SP): R$ 38
      • Mato Grosso: R$ 26
      • Porto de Santos (SP): R$ 35,50
      • Porto de Paranaguá (PR): R$ 35,50
      • São Francisco do Sul (SC): R$ 35,50
      • Veja o preço do milho em outras regiões

Milho na Bolsa de Chicago (CBOT) – por bushel

      • Dezembro/2018: US$ 3,62 (-1,75 cent)
      • Março/2019: US$ 3,74 (-1,75 cent)

Boi gordo

O lento escoamento da carne bovina tem permitido aos frigoríficos reduzirem o volume de compras e, em algumas regiões, derrubarem a oferta pela arroba do boi gordo, diz a Scot Consultoria. Porém, apesar do consumo patinando, a disponibilidade de boiadas não está grande.

Segundo a consultoria, este cenário de oferta limitada e demanda fraca, mantém o mercado do boi gordo travado, com preços praticamente estáveis.

O feriado da próxima sexta-feira, dia 12, não foi suficiente para dar fôlego ao mercado.

No mercado atacadista de carne bovina com osso, afirma a Scot, a oferta regulada à demanda explica os preços estáveis. Atualmente, o boi casado de bovinos castrados está cotado, em média, em R$ 9,88 o quilo, desvalorização de 1,3% na comparação com o início do mês.

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

      • Araçatuba (SP): R$ 150
      • Triângulo Mineiro (MG): R$ 144
      • Goiânia (GO): R$ 141
      • Dourados (MS): R$ 146,50
      • Mato Grosso: R$ 129,50 a R$ 134
      • Marabá (PA): R$ 136
      • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,60 (kg)
      • Paraná (noroeste): R$ 150,50
      • Sul (TO): R$ 137
      • Veja a cotação na sua região

Café

O mercado brasileiro teve uma quarta-feira de preços pouco alterados. A volatilidade do arábica na Bolsa de Nova York trouxe dificuldades para um melhor direcionamento às negociações no Brasil. O dia foi de fraca movimentação, e a baixa das bolsas foi compensada pela alta do dólar.

Preços internacionais

A Bolsa de Nova York encerrou com preços mais baixos para o arábica. As cotações recuaram depois de quatro sessões de alta diante de movimentos de correção técnica, inspirados pela alta do dólar contra o real. A volatilidade cambial no Brasil em meio às eleições presidenciais vem mexendo bastante com o mercado de café.

Tecnicamente, o mercado segue acima da importante linha de US$ 1,10 a libra-peso para dezembro e também da média de 100 períodos que está em 110,70 centavos, “ainda em movimento de consolidação da recente alta”, como indica o consultor de Safras & Mercado Gil Barabach. Para reverter de vez esse cenário de recentes ganhos, o mercado vai ter de romper essas linhas técnicas e gráficas importantes.

Os fundamentos seguem baixistas, com a ampla oferta global trazendo tranquilidade ao abastecimento e pressão sobre os preços.

Londres

Seguindo o movimento do arábica em Nova York, o robusta negociado na bolsa inglesa fechou o dia com valores mais baixos. Segundo traders, após quatro sessões de ganhos, o mercado recuou acompanhando a desvalorização do arábica na Bolsa de Mercadorias de Nova York.

A valorização do dólar contra o real exerceu pressão sobre as cotações futuras do café em Nova York e em Londres. Além disso, tecnicamente o mercado estava sobrecomprado e sujeito à correção após as recentes altas.

Café no mercado físico – por saca de 60 kg

    • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 425 a R$ 430
    • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 430 a R$ 435
    • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 355 a R$ 360
    • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 325 a R$ 328
    • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – por libra-peso

      • Dezembro/2018: US$c 111,90 (-1,25 cents)
      • Março/2019: US$c 115,50 (-1,20 cents)

Café robusta na Bolsa de Londres (Liffe) – por tonelada

      • Novembro/2018: US$ 1.682 (-US$ 11)
      • Janeiro/2019: US$ 1.698 (-US$ 6)

Dólar e Ibovespa

Após seguidas séries em baixa, a cotação da moeda norte-americana encerrou o pregão desta quarta, dia 10, em alta de 1,42%, cotada a R$ 3,7635 para venda. Mesmo com a correção no movimento de queda, o dólar acumula uma desvalorização de 8,09% nos primeiros dez dias de outubro.

Segundo a Safras & Mercado, durante o dia, a moeda oscilou entre a mínima de R$ 3,7260 e a máxima de R$ 3,7680.

O Banco Central segue com os leilões tradicionais de swaps cambiais, sem ofertas extraordinárias de venda futura de dólares.

O índice B3, da Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa), fechou o dia em baixa de 2,80%, com 83.679 pontos, com queda dos papéis das grandes companhias, consideradas como blue chip, como Petrobras com desvalorização de 2,87% e Eletrobras com 8,36%.


Previsão do tempo para quinta-feira, dia 11

Sul

A frente fria se afasta da região, porém os ventos em altitude e uma área de baixa pressão atmosféricas sobre o Paraguai alimentam instabilidades ao longo do dia. Chove em grande parte da região, apenas no extremo sul gaúcho é que o tempo fica seco ao longo do dia, porém com muita nebulosidade.

A chuva entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina será em forma de pancadas isoladas, enquanto no norte e leste paranaenses, as pancadas vão ser fortes e com risco para chuva moderada.

As temperaturas continuam caindo, aumentando a sensação de frio, principalmente no extremo sul da região, porém sem risco para extremos.

Sudeste

Frente fria atua na costa da região e com isso a chuva continua espalhada pela metade sul do Sudeste. Somente no norte de Minas Gerais e Espírito Santo é que o tempo ficará seco e sem condição para chuva.

Entre áreas do Vale do Paraíba e sul do Rio de Janeiro, uma área de baixa pressão se forma e aumenta as instabilidades ao longo do dia. As pancadas também seguem expressivas nas áreas do sul de São Paulo e no Triângulo Mineiro. Nessas regiões, a chuva vem seguida por descargas elétricas, rajadas de vento de moderada a forte intensidade  e condição para granizo em pontos isolados e pontuais.

A temperatura cai um pouco e diminui o calor nas áreas onde chove, porém sem condição para extremos.

Centro-Oeste

As instabilidades continuam concentradas em Mato Grosso do Sul e Mato Grosso, por conta da influência dos ventos que trazem umidade da Amazônia. As pancadas são de forte intensidade, acompanhados por descargas elétricas e rajadas de vento de forte intensidade. Apenas em Goiás a chuva é mais fraca e sem risco para temporais.

As temperaturas caem levemente em Mato Grosso do Sul devido ao excesso de nuvens, mas a sensação de calor continua em toda a região. Apenas no nordeste de Goiás é que o tempo seco continua predominando.

Nordeste

Tempo seco predomina agora em todo o Nordeste na quinta-feira. Os ventos úmidos do oceano perdem força e não provocam chuva na costa.

A temperatura segue elevada, principalmente no interior da região.

Norte

O Nordeste terá mais um dia de calor e índices de umidade relativa do ar elevados em grande parte da região. Ainda há expectativa para pancada de chuva de intensidade moderada entre o Amazonas e o Acre, porém sem risco para tempestades severas.

Entre o norte do Pará, Amapá e grande parte do Tocantins, o dia vai ser de sol e calor.