Milho

Navios do Irã: ‘precisamos escoar esse milho o mais rápido possível’

A Aprosoja-MT ressalta que daqui alguns meses, a safra de soja começará a ser plantada e os produtores rurais vão precisar de espaço nos armazéns

Os preços do milho podem começar a refletir o impasse sobre o abastecimento de dois navios do Irã que estão parados no Porto de Paranaguá. Isso porque a Petrobras se recusa a fornecer abastecimento, alegando que pode ser alvo de punições de Washington em função das recentes tensões entre Estados Unidos e Irã. O Brasil foi alertado pelo governo americano de que empresas brasileiras, incluindo portos, que ajudem a viabilizar o comércio de produtos para o país estão sujeitas a sanções.

De acordo com o presidente da Associação dos Produtores de Soja e Milho de Mato Grosso (Aprosoja-MT), Antônio Galvan, a situação preocupa o setor, que precisa ser escoado o mais rápido possível uma safra recorde do grão.

“O fato é que a safra é recorde e nós precisamos escoar isso. Este produto (milho) não está indo e outros navios estão deixando de ser embarcados. Esse produto fica retido internamente, ocupando armazém e pode intervir no preço”, disse.

Galvan ressalta ainda que daqui alguns meses, a safra de soja começará a ser plantada e os produtores rurais vão precisar de espaço nos armazéns. Ele questiona ainda o tamanho do impacto do setor caso o Irã decida comprar o produto de outros países. “Não temos como opinar no relacionamento institucional entre países, mas deixa a gente com preocupação.”, ressalta.

O Irã é o maior importador individual do milho brasileiro. De acordo com a Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho), o Brasil exportou ao país no ano passado 6,2 milhões de toneladas do cereal, cerca de 35% da produção total do estado.

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