Agricultura

Estudo mostra por que 39% dos agricultores usam defensivo biológico

Levantamento ouviu 1.974 produtores de soja, milho, cana, feijão, uva, batata, tomate, café, hortaliças, morango, maçã e melão em 15 estados

A atual área tratada com biodefensivos no Brasil é de 10 milhões de hectares. Soja, cana, café, hortaliças e frutas são as principais culturas que usam o insumo. E o segmento responde pela movimentação anual de R$ 528 milhões (US$ 164,9 milhões ao câmbio de fevereiro/2018). Esses dados fazem parte de um levantamento encomendado pela ABC Bio (Associação Brasileira das Empresas de Controle Biológico).

O estudo constatou ainda que 39% dos agricultores brasileiros utilizam produtos biológicos em alguma área de plantio de suas lavouras, apesar de revelar, por outro lado, que 57% dos produtores rurais dizem desconhecer os biodefensivos.

Mas a aceitação deles como importante arma para controle de pragas e doenças é quase que total por quem já utiliza, pois 98% dos entrevistados que utilizaram defensivos biológicos na safra 2017-2018 afirmaram que pretendem usá-los também na próxima safra.

Entre os fatores mais citados para a decisão do uso está a eficiência do controle, mencionado por 76% dos produtores ouvidos; e a segurança da aplicação, apontada por 60% dos pesquisados.

Para os que já utilizam biológicos, a expectativa é de maior crescimento do segmento nos próximos anos. Nada menos que 96% dos entrevistados afirmaram que deve haver crescimento no uso desse tipo de insumo no Brasil nos próximos cinco anos.

Entre os ativos biológicos mais utilizados pelos agricultores brasileiro, o estudo da ABC Bio constatou que os preferidos são Bacillus sp (diversos tipos), Baculovirus, Beauveria, Cotesia, Metarhizium, Paecilomyces, Pochonia, Trichoderma e Trichogramma.

A pesquisa foi feita com base em 90 questões respondidas, presencialmente, por 683 produtores de um universo de 1.900 agricultores abordados em 15 estados do país, o que representa cerca de 80% do agronegócio brasileiro.

Em termos de ativos biológicos, o estudo constatou que microbiológicos predominam tanto em termos de área cultivada (80%), quanto em valores movimentos (89%) no mercado brasileiro de defensivos biológicos. Outra constatação do estudo: do valor de mercado encontrado (R$ 528 milhões), 92% se refere ao uso de produtos registrados no Ministério da Agricultura.

Além de levantar dados oficiais sobre o tamanho do mercado de controle biológico no país, o trabalho também tinha como objetivo conhecer as percepções e comportamentos dos usuários e de quem não usa produtos biológicos.

O levantamento envolveu 25 profissionais, durou 238 dias de trabalho, demandou 1.974 abordagens a agricultores, com 66.610 minutos de entrevistas. Foram abordados produtores de soja, milho, cana, feijão, uva, batata, tomate, café, hortaliças, morango, maçã e melão, com predomínio na cultura da soja, que teve o maior número de propriedades analisadas.