A safra de 2017/2018 de grãos deve ser 1,2 milhão de toneladas menor do que o previsto pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), no mês passado. Em boletim divulgado nesta terça, dia 10, a instituição estima 228,5 milhões de toneladas, o que ainda representa o segundo melhor resultado da série histórica.
De acordo com a publicação, os impactos climáticos afetaram a produtividade do milho segunda safra, forçando revisão nas perspectivas. Com o decréscimo, o ciclo fica 9,2 milhões de toneladas — quase 4% — abaixo da temporada 2016/2017.
Milho
Comparado ao ano safra anterior, quando foram produzidas 97,8 milhões de toneladas dessa cultura, este será 15,2% menor, totalizando pouco mais de 82,9 milhões de toneladas do grão. Desse total, 26,9 milhões de toneladas deverão ser colhidas na primeira safra e 56 milhões de toneladas na segunda, recuos de 11,7% e 16,9%, respectivamente.
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Segundo a Conab, a redução do pacote tecnológico, para diminuir os custos, afetou o potencial produtivo da cultura. “Além disso, apesar do desenvolvimento vegetativo ter ocorrido dentro da normalidade, grande parte das lavouras que se encontram no estágio reprodutivo (floração e enchimento do grão) foi impactada com a redução das precipitações no final de abril e maio”. Assim, a companhia prevê produção média de 4.823 quilos por hectare plantado.
Soja
A oleaginosa, por sua vez, foi ajustada para cima. O boletim traz um volume muito próximo às 119 milhões de toneladas (118,8 mi/t), sendo a maior safra de soja que o Brasil já registrou. Frente à temporada 16/17, a alta é de 4,2% ou 4,8 milhões de toneladas.
Algodão
A produção de pluma é um dos destaques neste ciclo, com crescimento de 28,5% em relação ao anterior. A Conab projeta 1,96 milhão de toneladas, 1.671 mil toneladas por hectare.
Esse deve ser a melhor produtividade alcançada para a cultura, estimada em 1.671 quilos por hectare de pluma.
“Volumes consideráveis de precipitações e temperaturas favoráveis ao longo do desenvolvimento e agora com a redução nas precipitações, favorecendo a frutificação e início da maturação, contribuíram para as estimativas recordes de produtividade para essa cultura”, esclarece a companhia.
Arroz
O cereal irrigado apresenta recuo de 5,3% ante o 2016/2017, com produção estimada em 10,5 milhões de toneladas. Já o arroz sequeiro, aumentará 20,6 mil toneladas (+1,7%). Desta forma, o total da cultura deve ficar 568,1 mil toneladas abaixo do ano anterior.
A produtividade é a segunda melhor da série histórica, inferior apenas à safra passada, sendo estimada atualmente em 5.994 quilos por hectare. A instituição destaca que “apesar das condições climáticas próximas do normal, elas não foram totalmente favoráveis no país todo, como foi na safra passada”.
Trigo
Entre as culturas de inverno, o trigo tem o maior volume. Para esta safra, a Conab espera 4,9 milhões de toneladas — 15% mais do que na última temporada.
“As estimativas iniciais, com o plantio em andamento, baseadas no pacote tecnológico utilizado pelo produtor e nas condições climáticas atuais, apontam para uma produtividade superior à safra passada em 9,6%”, consta no levantamento.
O aumento tem relação com melhores condições climáticas nessa safra, em relação ao ano passado, de acordo com a Conab.
