Café

Café: preço em NY cai 2,5% com avanço da colheita no Brasil e alta do dólar

Confira as principais notícias sobre dólar, mercado agropecuário e previsão do tempo para começar o dia bem informado

Foto: Pixabay

A Bolsa de Mercadorias de Nova York (Ice Futures US) para o café arábica encerrou as operações desta quarta-feira, dia 15, com preços acentuadamente mais baixos. Na posição para setembro, o preço do grão chegou ao patamar de 102,40 centavos de dólar por libra-peso, queda de 2,65 centavos.

A chegada da safra recorde no Brasil e a projeção de superávit global na oferta de café, com grãos de outras importantes origens chegando ao mercado a partir de outubro influenciaram os preços. “A facilidade no abastecimento mantém a demanda na defensiva e os preços achatados”, afirmou o consultor da Safras & Mercado Gil Barabach.  

As cotações despencaram em um dia negativo para as commodities nas bolsas, diante das preocupações com a crise financeira na Turquia. O dólar subiu contra o real e outras moedas, o petróleo caiu e outras commodities acompanharam o movimento, como o arábica em NY, afundando ainda mais em campo negativo, marcando as mínimas para os contratos vigentes.

Ainda de acordo Gil Barabach, sem novidade do lado fundamental, o preço do café seguiu “refém do humor de outros mercados”. “A força vendedora prevalece no mercado, o que explica a fraqueza das cotações. Já as rolagens de contratos ganham importância com a proximidade do primeiro dia de notificação de entregas de setembro (dia 23)”, comenta. Com isto, a posição dezembro assume o papel principal no momento.

Mercado Interno

No Brasil, o mercado de café teve um  dia de preços de estáveis a mais baixos. As cotações foram pressionadas diante da baixa do arábica em Nova York e do robusta em Londres. A alta do dólar, entretanto, limitou o impacto baixista. No começo da quarta-feira, houve alguma movimentação, mas depois o mercado travou com as perdas externas.

Londres

A Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres para o café robusta encerrou o dia com preços em baixa. A quarta-feira foi extremamente negativa nos mercados de commodities globais, ante a preocupação com a crise financeira na Turquia. O petróleo despencou, o dólar subiu contra outras moedas, incluindo o real, e o arábica caiu na Bolsa de Nova York. Outras commodities seguiram o movimento nos mercados futuros, e o robusta londrino acompanhou o cenário baixista.

Café no mercado físico – saca de 60 kg

          • Arábica/bebida boa – Sul de MG: R$ 420 a R$ 425
          • Arábica/bebida boa – Cerrado de MG: R$ 425 a R$ 430
          • Arábica/rio tipo 7 – Zona da Mata de MG: R$ 365 a R$ 375
          • Conilon/tipo 7 – Vitória (ES): R$ 315 a R$ 320
          • Confira mais cotações

Café arábica na Bolsa de Nova York (ICE Futures US) – libra-peso

          • Setembro/2018: US$ 102,40(-2,65 cent)
          • Dezembro/2018: US$ 106,00(-2,50 cent)

Café robusta na Bolsa Internacional de Finanças e Futuros de Londres (Liffe) – tonelada

            • Setembro/2018: 1.643 (-US$ 26)
            • Novembro/2018: 1.592 (+US$ 28)

Soja

Os preços da soja no mercado interno oscilaram entre estáveis e mais altos nesta quarta-feira no mercado brasileiro. O dólar firme garantiu a melhora nas cotações, limitada, entretanto, pela queda  em Chicago. Foi registro de cerca de 30 mil toneladas negociadas no Rio Grande do Sul e outras 10 mil trocando de mãos no Paraná.

Chicago

Na Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT), as cotações fecharam a quarta-feira em baixa. O retorno das chuvas sobre parte da área produtora americana e as implicações da crise financeira turca pressionaram o mercado. Voltou a chover em importantes regiões de produção dos Estados Unidos, favorecendo o desenvolvimento das lavouras. Com isso, cresce o potencial produtivo, ratificando a perspectiva de safra recorde americana, estimada em 125 milhões de toneladas pelo Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) em seu mais recente relatório.

As preocupações com a saúde financeira da Turquia voltaram a tomar corpo. Com isso, os investidores continuaram se desfazendo de posições no mercado de commodities e buscaram opções mais seguras. O dólar se fortaleceu tirando competitividade da soja americana no mercado exportador.

A Associação Norte-Americana dos Processadores de Óleos Vegetais (Nopa) informou que o esmagamento de soja atingiu 167,7 milhões de bushels em julho, ante 159,2 milhões em junho. O número ficou acima da expectativa dos analistas, de 161,7 milhões de bushels. Mesmo assim, os preços caíram.

Soja no mercado físico – saca de 60 kg

          • Passo Fundo (RS): R$ 84,50
          • Cascavel (PR): R$ 85
          • Rondonópolis (MT): R$ 76
          • Dourados (MS): R$ 80
          • Porto de Paranaguá (PR): R$ 91,50
          • Porto de Rio Grande (RS): R$ 90
          • Porto de Santos (SP): R$ 89
          • Porto de São Francisco do Sul (SC): R$ 87
          • Confira mais cotações

Soja na Bolsa de Chicago (CBOT) – bushel

            • Setembro/2018: US$ 8,57 (-10,75 cents)
            • Novembro/2018: US$ 8,69 (-10,75 cents)

Milho

O mercado brasileiro de milho registrou preços firmes. Segundo o analista de Safras & Mercado Paulo Molinari, as cotações não sofreram grandes alterações, mas seguem sustentadas nas principais praças do Brasil.

Chicago

 A Bolsa de Mercadorias de Chicago (CBOT) para o milho fechou com preços mais baixos. O mercado também foi pressionado pela firmeza do dólar e pela previsão de chuvas nos Estados Unidos. As condições das lavouras norte-americanas de milho, divulgadas na segunda-feira, dia 14, vieram em linha com a expectativa dos analistas.

MILHO NO MERCADO FÍSICO – SACA DE 60 KG

  • Rio Grande do Sul: R$ 43
  • Paraná: R$ 38
  • Campinas (SP): R$ 43
  • Mato Grosso: R$ 29
  • Porto de Santos (SP): R$ 42,50
  • Porto de Paranaguá (PR): R$ 42
  • São Francisco do Sul (SC): R$ 42
  • Veja o preço do milho em outras regiões

MILHO NA BOLSA DE CHICAGO (CBOT) – BUSHEL

      • Setembro/2018: US$ 3,61 (-0,75 cent)
      • Novembro/2018: US$ 3,76 (-0,50 cent)

 


Boi

Por mais que a demanda interna não venha colaborando para altas mais consistentes, a pressão positiva permanece sobre os preços do boi gordo, reflexo da disponibilidade limitada de bovinos prontos para o abate. Na região de Goiânia (GO), por exemplo, a arroba acumula valorização de 1,5% em dez dias.

Em São Paulo, as programações dos frigoríficos atendem, em média, quatro dias, mas são observadas programações de dois dias. As escalas de abate têm diminuído, mas não estão apertadas para o fluxo de vendas característico de segunda quinzena.

No estado a referência está em R$ 144 por arroba, à vista, livre do Fundo de Assistência ao Trabalhador Rural (Funrural). No entanto, negócios acima da referência são observados.

No curto prazo, não há nenhum sinal de reversão do cenário, a oferta deve continuar impondo o rumo de alta do mercado, mas a situação da venda de carne será o fator importante para determinar novas altas da arroba.

Boi gordo no mercado físico – arroba à vista

          • Araçatuba (SP): R$ 144
          • Triângulo Mineiro (MG): R$ 138
          • Goiânia (GO): R$ 133
          • Dourados (MS): R$ 136
          • Mato Grosso: R$ 126 a R$ 129
          • Marabá (PA): R$ 125
          • Rio Grande do Sul (oeste): R$ 4,65 (kg)
          • Paraná (noroeste): R$ 144
          • Sul (TO): R$ 130,50
          • Veja a cotação na sua região

Dólar e Ibovespa

O dólar comercial fechou a negociação com alta de 0,87%, cotado a R$ 3,899 para a compra e a R$ 3,901 para a venda. Durante o dia, a moeda norte-americana oscilou entre a mínima de R$ 3,8800 e a máxima de R$ 3,928, atingindo o maior valor desde 5 de julho quando fechou a R$ 3,934.

O mercado financeiro manteve suas atenções ao cenário turco, após o governo local anunciar que dobraria a taxação de produtos americanos, como resposta a tensão entre os dois países. O Banco Central brasileiro segue com a política de ofertar e vender swaps cambiais tradicionais, para tentar conter o câmbio, sem efetuar nenhum leilão extraordinário de venda futura da moeda norte-americana.

O índice Ibovespa encerrou o dia em baixa de 1,94%, com 77.077 pontos, e o volume negociado foi de R$ 23.263 milhões. A queda foi acompanhada pela baixa dos papéis de empresas de grande porte, as chamadas blue chips, que fecharam em baixa, como Petrobras registrando desvalorização de 4,65% e Vale com queda de 4,45%.


Previsão do tempo para quarta-feira, dia 15

Sul

Uma massa de ar frio ainda atua no Sul do Brasil. Com isso, as temperaturas seguem baixas entre o Rio Grande do Sul e Santa Catarina, embora o risco para geadas seja pequeno. O tempo fica firme em grande parte desses dois estados e também no sul e centro do Paraná.

Ao mesmo tempo, ventos úmidos que sopram do mar contra a costa ainda geram nebulosidade e chuvas fracas entre o nordeste de Santa Catarina e leste do Paraná. É por isso que a sensação térmica também é baixa nessas áreas.

Uma área de baixa pressão atmosférica se forma no decorrer do dia no Paraguai e volta a espalhar chuvas no norte e noroeste do Paraná, com trovoadas, mas de maneira localizada.

Sudeste

Vários sistemas atmosféricos se juntam no Sudeste, e a chuva retorna a São Paulo, Minas Gerais, Rio de Janeiro e Espírito Santo, intercalada com períodos de melhoria. São ventos úmidos que sopram do mar junto com a ação de ventos que sopram a mais de 10 quilômetros de altura, formando instabilidades.

Assim, tem previsão de chuva isolada, mas que vem com trovoadas em todas essas áreas, inclusive na capital paulista. As chuvas são passageiras e de baixo acumulado. Apenas no noroeste do estado de São Paulo e norte de Minas Gerais é que não há previsão de chuva.

Centro-Oeste

Chuvas se espalham pelo Brasil central, mas vêm de forma localizada e com baixos acumulados. Trata-se da combinação de vários sistemas atmosféricos com ventos que sopram a mais de 10 quilômetros de altura e também da formação de uma área de baixa pressão atmosférica no Paraguai.

Mesmo assim, as áreas mais favoráveis para chuva ainda não percorrem todo o Centro-Oeste. O sul de Mato Grosso e de Goiás, além do extremo nordeste de Mato Grosso do Sul, seguem com tempo firme e baixa umidade relativa do ar.

No sul de Mato Grosso do Sul, a sensação térmica é menor.

Nordeste

A chuva começa a diminuir no recôncavo baiano, mas ainda acontece de forma mais fraca em todo o litoral da Bahia e também na costa entre Sergipe e Rio Grande do Norte. Também há previsão de chuva isolada no oeste e norte do Maranhão.

Na região central do Nordeste, o tempo mais firme continua, o que contribui para temperaturas bastante elevadas no período da tarde e com os índices de umidade relativa do ar baixos.

Norte

A previsão é de aumento na quantidade de nuvens ao longo do dia e chuvas que se concentram entre a tarde e a noite no Acre, Amapá, Roraima, norte de Rondônia, Pará e leste do Tocantins.

Trata-se da circulação de ventos em níveis mais altos da troposfera. No entanto, a chuva não é volumosa ou abrangente. No sul de Rondônia e também no leste do Tocantins, o tempo segue firme.