Arroz

Arroz: CMN não prorroga parcelas e produtores cobram ajuda do governo

Medida era aguardada pelo setor para conseguir adiar o pagamento dos débitos com vencimentos em julho e agosto para os meses seguintes

Mão segurando arroz
Produtores de arroz alegam falta de liquidez no mercado e incapacidade de quitar empréstimos. Foto: Pexel

O Conselho Monetário Nacional (CMN) não colocou em pauta nesta semana a prorrogação das parcelas de custeios e investimentos dos produtores de arroz. A medida era aguardada pelo setor para conseguir adiar o pagamento dos débitos com vencimentos em julho e agosto para setembro, outubro e novembro.

Com grandes dificuldades por conta do endividamento e da queda nos preços do cereal, os arrozeiros alegam falta de liquidez no mercado e incapacidade de quitar os empréstimos. Uma fonte afirmou que o alongamento “implicaria gastos adicionais” e que o Ministério da Economia “está buscando fontes de recursos” para viabilizar o pedido dos agricultores.

Ajuda aos arrozeiros

A demora para a definição de medidas de socorro ao setor tem preocupado os produtores e parlamentares. O deputado federal Jerônimo Goergen (PP-RS) solicitou para a semana que vem uma nova audiência com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina, para saber como está o encaminhamento das políticas de ajuda aos arrozeiros já prometidas pelo governo federal.

“O CMN não pautou e eu quero crer que o governo está esperando para anunciar um pacote com todas medidas já alongando no formato final de renegociação. Temos uma preocupação a mais que é o plantio da nova lavoura, que precisa ser feita, e o produtor está sem dinheiro e sem crédito. Não é só questão de prorrogação, é de como viabilizar a lavoura de arroz. Estamos em uma zona de risco, o produtor está falindo”, disse o deputado.

Goergen também cobra que as medidas sejam alinhadas com o setor e anunciadas ainda em agosto. “Temos dois momentos. O presidente Jair Bolsonaro estará em Camaquã [RS] no dia 12 e depois temos a Expointer [em Esteio, também no Rio Grande do Sul] no final do mês. Se não trouxer solução para o Funrural e o endividamento, haverá grande cobrança dos produtores. Esse ambiente precisa ser resolvido, não pode deixar como está. Por enquanto, parou tudo, sem prorrogação e sem linha para endividados, até mesmo as do BNDES e a medida provisória do Fundo de Aval estão paradas, o que aumenta a tensão do agro”, afirmou o deputado.