Algodão

Algodão: produtividade do Brasil compensa subsídio dos EUA, diz Abrapa

Rendimento nacional foi 70% maior do que o dos americanos em 2016/2017; em fevereiro, Trump liberou novo benefício para aliviar dívidas dos produtores dos EUA

plantação de algodão
Foto: Abapa

A média brasileira de produtividade de 1.700 kg de pluma por hectare na safra 2016/2017 é 70% maior do que a produtividade média americana no mesmo período, de 930 kg por hectare. Os dados são da Associação Brasileira dos Produtores de Algodão (Abrapa), que diz que o rendimento superior viabiliza a concorrência do Brasil com produtores dos Estados Unidos, subsidiados pelo governo local.

Um decreto assinado em fevereiro deste ano pelo presidente Donald Trump liberou novo subsídio para os produtores de algodão, na tentativa de aliviar dívidas de quem investe na cultura. A atitude já havia sido tomada anteriormente pelo governo americano, até que, em 2014, a Organização Mundial do Comércio (OMC) determinou que os EUA eliminassem os subsídios para exportação e o apoio interno à atividade.

O governo brasileiro, por meio do Ministério das Relações Exteriores, declarou estar acompanhando a execução do novo decreto americano. Já a OMC não tem poder de impedir que os Estados Unidos dêem subsídios aos produtores, mas pode permitir retaliações comerciais brasileiras.

O presidente da Abrapa, Arlindo Moura, não descarta recorrer à organização internacional para tentar impedir que o algodão subsidiado chegue ao Brasil e prejudique produtores locais, por conta do excesso de oferta de produto e consequente queda nos preços. Mas diz que a demanda internacional por algodão está em alta, o que garante mercado para o cotonicultor.

“Nas três últimas safras, a demanda foi superior, nós consumimos mais algodão do que produzimos, então os estoques caíram e, por isso os preços devem ser favoráveis. Tem crescido o consumo do algodão e acredito que a gente vai continuar tendo bons preços”, afirma Moura.