Agricultura familiar: unidas, irmãs faturam em MT

Roseli e Marilene trocaram o Rio Grande do Sul por Mato Grosso, onde produzem e vendem maracujá, ovos caipiras, alface, mandioca e artesanato

Fonte: Arquivo Pessoal

Roseli Hermann, 52 anos, e Marilene Hermann, 50, são irmãs e agricultoras familiares. Juntas, elas vendem maracujá, ovos caipiras, alface, mandioca e artesanatos. Tudo produzido é produzido na cidade de Matupá, em Mato Grosso. O destino da produção é a feira de Matupá, distante 720 km de Cuiabá. Além disso, elas fornecem produtos para o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e para o Programa Nacional de Alimentação Escolar (Pnae).

Elas nasceram em Santa Cruz do Sul (RS) e mudaram para Matupá, onde cada uma tem uma propriedade. “A cultura agrícola já está impregnada em Mato Grosso. Foi isso que chamou a nossa atenção e nos envolveu”, afirma Roseli, que se mudou para o município mato-grossense em 1987. Hoje, ela mora com os pais e produz maracujá, cria frangos caipiras para a venda dos ovos e faz artesanatos.

Já Marilene, migrou em 1995. Ela mora com o marido, Gilmar, e cultiva rúcula, alface, almeirão, mandioca e abobrinha. Todos os domingos pela manhã as duas vendem na feira municipal.

Antes de investir tudo na agricultura familiar, Roseli comprou um lote mais próximo da casa de Marilene para trabalharem conjuntamente. O facilitador foi o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf). Roseli acessou R$ 18 mil por meio do programa e investiram na estrutura de produção.

Campo no DNA

Netas e filhas de agricultores familiares, as irmãs Hermann têm na veia o tino para o trabalho no campo. A herança deixada pelos pais levou Roseli a lutar pelos direitos do produtor rural e, principalmente, da mulher agricultora. Tanto que virou dirigente sindical e assumiu a Secretaria das Mulheres na Federação dos Trabalhadores e Trabalhadoras Assalariados Rurais de Mato Grosso (Fetagri-MT).

Para elas é importante mostrar a relevância do cultivo familiar para a sociedade. “É muito bom poder seguir e mostrar a importância que a agricultura tem para o país e para as futuras gerações, pois tem que ter uma sequência”, afirma Marlene.

Marilene e Roseli fizeram parte da criação da Associação dos Produtores e Feirantes de Matupá, fundada em 2004. No começo eram apenas 15 agricultores e hoje passam de 100. Quem preside é Gilmar, marido de Marilene.