ABPA: Tarifa chinesa sobre frango não é proibitiva a ponto de fechar mercado

Taxas aplicadas pela China são altas, mas não impraticáveis, diz o vice-presidente da Associação Brasileira de Proteína Animal 

Fonte: Canal Rural

As tarifas antidumping impostas pelo governo chinês à carne de frango brasileira não chegam a ser proibitivas a ponto de fechar o mercado, afirmou o vice-presidente e diretor de Mercados da Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), Ricardo Santin. Ele afirmou que as taxas (que variam entre 18,8% e 38,4%) podem ser consideradas altas, mas não impraticáveis. Ele lembra que os chineses já impuseram uma taxa de 60% aos Estados Unidos, como medida de comparação.
 
Além disso, Santin ressalta que a China é dependente da oferta brasileira e que não há muitas outras fontes para suprir a demanda do país asiático no mundo. Os Estados Unidos, por exemplo, que também é um grande produtor de carne de frango, ainda sofre sanções por causa de casos de influenza aviária no país – doença da qual o Brasil é livre. Outra opção para os chineses é a Tailândia.
 
Na noite de quinta-feira, dia 7, o governo chinês anunciou em veredito preliminar a imposição de tarifas antidumping contra a importação de frangos do Brasil. A partir deste sábado, dia 9, os frangos importados do Brasil estarão sujeitos a tarifas que variam de 18,8% a 38,4%. O pagamento terá de ser feito em dinheiro à Administração Geral de Alfândegas, informou o ministério
 
“Foi uma surpresa essa atitude. Já está comprovado que o Brasil não pratica e nem nunca praticou dumping”, disse Santin. “Deve ser uma posição política da China”.
 
Ele afirmou que o Brasil, além de avaliar medidas junto à Organização Mundial de Comércio (OMC), pode também tentar um acerto comercial, como um compromisso de preço, em que os dois países combinam um piso e um teto de valores para a comercialização. “Já conversamos com o governo ontem, que pediu uma posição do setor, e agora estamos analisando as possibilidades”, afirmou. 
 
União Europeia

Paralelamente, os exportadores de carne de frango continuam na expectativa das tratativas com a União Europeia. O bloco suspendeu o embarque de unidades brasileiras em abril. “Estamos aguardando um retorno dos europeus das últimas respostas enviadas pelo Brasil”, concluiu Santin.