Nos meses de outubro e novembro, os preços da carne suína costumam atingir sua melhor fase, porém, devido à crise econômica, que acua a demanda interna, o valor pago não tem sido o esperado. De acordo com o pesquisador do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), Augusto Maia, ainda assim os preços são interessantes para o produtor, que não sofre com problemas de receita.

– A relação de troca também é favorável. O suinocultor paulista consegue comprar de 8 a 9 kgs de milho, vendendo um quilo de suíno – afirma.

A expectativa do produtor tinha como base 2014, considerado por Maia um ano “espetacular”. As demandas interna e externa muito fortes puxavam o mercado. Este ano, as exportações seguem bem – o volume embarcado já é 8% maior, se comparado ao mesmo período do ano anterior –, mas a instabilidade nacional deixa o consumidor receoso e os preços não alcançam o mesmo patamar. A crise também desencoraja o produtor a aumentar o rebanho.   

Maia salienta que o Brasil precisa melhorar as negociações bilaterais e aproveitar os potenciais consumidores, entre eles China e Índia, para expandir as exportações, visto que esses países têm certa deficiência de proteína.