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Frango: Arábia Saudita está se antecipando ao inimigo, diz Mourão

Das 30 plantas brasileiras que estavam exportando carne de frango do Brasil para a Arábia Saudita, cinco foram descredenciadas; o vice-presidente, Hamilton Mourão, acredita que a medida foi precipitada

Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil

O presidente em exercício, Hamilton Mourão, disse nesta terça-feira, dia  22, que a intenção do presidente Jair Bolsonaro de mudar a embaixada brasileira em Israel de Tel-Aviv para Jerusalém não deveria ser motivo para um embargo saudita à carne de frango de frigoríficos brasileiros já que medida ainda não foi concretizada.

“A embaixada não está mudada ainda, o pessoal está se antecipando ao inimigo”, declarou Mourão, quando perguntado se a suspensão seria uma retaliação.

Das 30 plantas brasileiras que estavam exportando carne de frango do Brasil para a Arábia Saudita, cinco foram descredenciadas. Os motivos oficiais da suspensão não foram anunciados. Mourão desviou de comentar se de fato a embaixada será alterada. “Vamos aguardar.”

Câmara Árabe-Brasileira

O presidente da Câmara de Comércio Árabe-Brasileira, Rubens Hannun, acredita que os critérios que levaram a Arábia Saudita a descredenciar unidades brasileiras exportadoras de frango foram técnicos. Ele ressalta que desde a Operação Carne Fraca muitos países elevaram o nível de inspeção para a produção brasileira.

Nova call to action

Para ele, não há uma retaliação em relação às declarações do presidente Jair Bolsonaro sobre a embaixada brasileira em Israel. Hannun disse que tem reunião agendada na próxima terça-feira em Brasília com a ministra da Agricultura, Tereza Cristina. O encontro já estava agendado antes do bloqueio, mas o tema deverá dominar a conversa agora.

Nas próximas semanas, ele deve ir também a Arábia Saudita. A visita também já estava programada.

Itamaraty avaliará com Agricultura efeito do descredenciamento de indústrias

O Itamaraty afirmou que está mantendo estreita coordenação com o Ministério da Agricultura para avaliar o impacto econômico da decisão da Arábia Saudita e que vai auxiliar o setor exportador nos contatos com autoridades sanitárias sauditas. Em nota, o Itamaraty destaca que a habilitação de 25 estabelecimentos brasileiros foi confirmada para exportar o produto, “uma vez que foram avaliados satisfatoriamente pela autoridade sanitária saudita (SFDA Saudi Food and Drug Authority), que realizou missão técnica de inspeção em outubro de 2018”.

Conforme a nota ainda, outros 12 estabelecimentos também inspecionados não tiveram sua habilitação renovada de forma imediata, mas poderão ser reabilitados desde que apresentem plano de ação para implementar as adaptações sugeridas pela SFDA em um prazo de 30 dias.

“Adicionalmente, estabelecimentos que não foram inspecionados em outubro podem buscar autorização para exportação à Arábia Saudita mediante solicitação direta às autoridades sanitárias daquele país”, disse.

Governo nega que embargo da Arábia Saudita seja retaliação